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Comissão Especial da Bioenergia - RCE 1/2006 - Relatório

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"Em termos energéticos, o Brasil está em posição bastante avança<strong>da</strong> em relação ao mundo",<br />

diz Pires, do CBIE. Segundo ele, a tendência é que diminua o peso <strong>da</strong>s fontes não-renováveis<br />

na matriz energética mundial, devido a questões ambientais e ao alto preço do petróleo. O<br />

Balanço Energético Nacional, do MME, mostra que 44,7% <strong>da</strong> energia oferta<strong>da</strong> no Brasil em<br />

2005 veio de fontes renováveis, como a cana-de-açúcar e a hidráulica. É um <strong>da</strong>do alentador<br />

quando comparado à oferta de energia renovável no planeta, que atingiu somente 13,3% em<br />

2003. E ain<strong>da</strong> mais vantajoso em comparação à OCDE, que reúne os países mais ricos do<br />

mundo, que registrou míseros 6% de oferta de energia renovável em 2003.<br />

O Balanço Energético de 2005 mostra que a oferta total de energia saltou 2,47% em 2005 -<br />

índice próximo ao do Produto Interno Bruto (PIB), de 2,3% -, enquanto a energia <strong>da</strong> cana<br />

aumentou 5,9%, para 30,4 milhões de tep. Mais do que a cana, cresceram apenas a energia<br />

hidráulica e elétrica (6,1%) e gás natural (7,4%).<br />

ANEXO 17<br />

Gazeta Mercantil - 28/06/<strong>2006</strong><br />

NOSSO FUTURO ENERGÉTICO MUNDIAL<br />

Artigo Martin Wolf<br />

O que teve início no Reino Unido e alastrou-se para o noroeste <strong>da</strong> Europa - e mais além -, no<br />

início do Século XIX, é freqüentemente denominado "revolução industrial". Um nome mais<br />

apropriado seria "revolução energética". Os recursos naturais que deram sustentação à era na<br />

qual a humani<strong>da</strong>de entrou há cerca de dois séculos são a antiquíssima luz solar ou, mais<br />

prosaicamente, os combustíveis fósseis. A humani<strong>da</strong>de também aprendeu como extrair e usar<br />

combustíveis produzidos por plantas ao longo de vários milhões de anos.<br />

Deepak Lal, o respeitado economista especialista em desenvolvimento, qualificou o resultado<br />

como "crescimento prometeico", numa referência ao titã mítico que deu o fogo à humani<strong>da</strong>de.<br />

Como observou Bjorn Lomborg, o controvertido acadêmico dinamarquês, "se pensarmos por<br />

um momento na energia que empregamos em termos de ´criados´, com ca<strong>da</strong> um deles dotado<br />

<strong>da</strong> mesma potência de um ser humano, ca<strong>da</strong> pessoa na Europa Ocidental é hoje atendi<strong>da</strong> por<br />

150 criados, cerca de 300 nos EUA e, mesmo na Índia, ca<strong>da</strong> pessoa tem 15 criados para<br />

ajudá-la" - The Sceptical Environmentalist (Cambridge University Press, 2001). Não foi por<br />

acaso que a revolução energética resultou no (quase total) desaparecimento <strong>da</strong> escravidão e <strong>da</strong><br />

servidão. As máquinas puseram fim à servidão e libertaram as mulheres <strong>da</strong> labuta enfadonha,<br />

fatigante e quotidiana no lar. Só onde máquinas não podem (até agora) substituir seres<br />

humanos - nos cui<strong>da</strong>dos prestados a crianças e idosos, por exemplo - isso ain<strong>da</strong> não é ver<strong>da</strong>de.<br />

Segundo especialistas do Departamento de Energia dos EUA, a produção anual mundial de<br />

energia resultante <strong>da</strong> queima de combustíveis fósseis cresceu de praticamente zero em meados<br />

do século 18 para 350 bilhões de bilhões de joules (350 exajoules) no início deste milênio.<br />

Apenas desde 1900, a produção (e o consumo) de energia <strong>da</strong> queima de combustíveis fósseis<br />

cresceu 16 vezes. E dobrou desde o fim <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 1960.<br />

De acordo com Angus Maddison, respeitado historiador econômico, o PIB mundial cresceu<br />

19 vezes (em termos de pari<strong>da</strong>de de poder de compra - PPC) entre 1900 e 2001. No mesmo<br />

período, o consumo de to<strong>da</strong>s as formas comerciais de energia cresceu 18 vezes. A alta<br />

correlação é extraordinária. Entre 1975 e 2001, porém, o PIB mundial cresceu 120%, ao passo<br />

que o consumo de energia comercial cresceu apenas 60%. Mas até mesmo esse aumento de<br />

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