14.10.2014 Views

josé oiticica: itinerários de um militante anarquista - Universidade ...

josé oiticica: itinerários de um militante anarquista - Universidade ...

josé oiticica: itinerários de um militante anarquista - Universidade ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

necessário que se organizassem em sindicatos e organizações <strong>de</strong> classe. 260<br />

Segundo Campos, na Aliança Anarquista, ―basicamente esforçavam-se para, n<strong>um</strong><br />

trabalho extenso e prático <strong>de</strong> propaganda e <strong>de</strong> ação, promover a emancipação econômica,<br />

social e moral <strong>de</strong> cada indivíduo e da h<strong>um</strong>anida<strong>de</strong> em geral‖ 261 . Em seu primeiro Boletim, o<br />

grupo esclareceu qual seria seu objetivo,<br />

A Aliança Anarquista não é propriamente <strong>um</strong>a agrupação no sentido restrito<br />

das agrupações libertárias: é antes <strong>um</strong> órgão <strong>de</strong> união, <strong>de</strong> entendimento, <strong>de</strong><br />

aliança entre todos os <strong>anarquista</strong>s do Rio <strong>de</strong> Janeiro formados em grupos<br />

ou não. O seu fim é congregar esforços na propaganda geral e básica da<br />

anarquia sempre que isso tornar oportuno e necessário. 262<br />

Dessa forma, po<strong>de</strong>mos notar que a Aliança visava a divulgação e conscientização<br />

das i<strong>de</strong>ias ácratas para além dos muros das fábricas, dos sindicatos, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo o<br />

anarquismo como principal teoria a ser seguida no enfrentamento ao sistema capitalista,<br />

visando tanto o meio operário, como qualquer classe ou pessoa que se sentisse oprimida e<br />

explorada pela burguesia e o Estado.<br />

Já a UGT, como po<strong>de</strong>remos notar a partir da leitura dos três primeiros artigos <strong>de</strong><br />

seu estatuto, seguia as bases <strong>de</strong> sua antecessora, a FORJ, visando o ―levantamento da<br />

classe operária‖ sem seguir nenh<strong>um</strong>a corrente política. Assim, em 26 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1918, a<br />

UGT lançou seu estatuto no Jornal do Brasil. Acho interessante citar na íntegra estes três<br />

primeiros artigos para melhor observarmos quais eram as bases seguidas pela União e,<br />

<strong>de</strong>sse modo, po<strong>de</strong>rmos compreen<strong>de</strong>r o porquê <strong>de</strong> não haver <strong>um</strong>a mudança no<br />

direcionamento da organização operária, mesmo com o fechamento da Fe<strong>de</strong>ração que<br />

organizava os sindicatos no Rio <strong>de</strong> Janeiro,<br />

Artigo 1°:a) Promover o levantamento moral e intelectual dos trabalhadores;<br />

b) empregar todos os esforços para melhorar as condições econômicas,<br />

profissionais e sociais dos mesmos.<br />

Artigo 2°: a) Promover nas se<strong>de</strong>s das associações fe<strong>de</strong>radas, conferências<br />

e palestras sobre assuntos que digam respeito ao melhoramento sucessivo<br />

das classes trabalhadoras; b) Criar bibliotecas <strong>de</strong> caráter sociológico, e<br />

econômico e escolas ou cursos primários, secundários e profissionais; c)<br />

Editar <strong>um</strong> jornal <strong>de</strong>stinado à propaganda e à <strong>de</strong>fesa das reivindicações<br />

260 ADDOR, Carlos Augusto. A insurreição <strong>anarquista</strong> no Rio <strong>de</strong> Janeiro, op. cit, p.97.<br />

261 CAMPOS,Cristina Hebling. O sonhar Libertário: Movimento Operário nos Anos <strong>de</strong> 1917 a<br />

1921. Campinas, Ed. da Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Campinas, 1988, p.41.<br />

262 Boletim da Aliança Anarquista. Rio <strong>de</strong> Janeiro, N° 1, fev.1918.<br />

110

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!