josé oiticica: itinerários de um militante anarquista - Universidade ...
josé oiticica: itinerários de um militante anarquista - Universidade ...
josé oiticica: itinerários de um militante anarquista - Universidade ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
operárias; d) Promover a união dos trabalhadores assalariados do Rio <strong>de</strong><br />
Janeiro, organizando-os em associações <strong>de</strong> classe para a <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> seus<br />
interesses econômicos, profissionais, sociais e morais; e) Estreitar os laços<br />
<strong>de</strong> solidarieda<strong>de</strong>s e estabelecer contatos e relações entre todas as<br />
socieda<strong>de</strong>s fe<strong>de</strong>radas, dando mais força e coesão aos seus esforços e<br />
reivindicações; f) Cultivar relações com as socieda<strong>de</strong>s exclusivamente<br />
operárias, organizadas sobre o terreno econômico, não só no Brasil, como<br />
dos outros países, pondo assim o proletariado do Rio <strong>de</strong> Janeiro ao<br />
corrente da situação e da ação do proletariado em todo o mundo; g) Reunir<br />
e publicar dados estatísticos e informações exatas sobre as condições <strong>de</strong><br />
trabalho e o movimento operário no Distrito Fe<strong>de</strong>ral.<br />
Artigo 3°: A União Geral dos Trabalhadores não pertence a nenh<strong>um</strong>a escola,<br />
facção ou doutrina política ou religiosa, não po<strong>de</strong>ndo tomar parte<br />
coletivamente em eleições, manifestações partidárias ou religiosas, nem<br />
tampouco qualquer <strong>de</strong> seus membros, individualmente livres e autônomos,<br />
po<strong>de</strong>rá servir-se <strong>de</strong> <strong>um</strong> título ou função da UGT do Rio <strong>de</strong> Janeiro, com<br />
esse intuito. 263<br />
Como po<strong>de</strong>mos notar, as bases que regiam a UGT visavam somente a<br />
organização da classe operária e prezavam pelos interesses econômicos e sociais dos<br />
trabalhadores. Mas, como já foi dito, os <strong>anarquista</strong>s militavam também <strong>de</strong>ntro da questão<br />
operária, por acreditarem que esse campo era frutífero para o início da guerra social.<br />
Assim, buscando <strong>de</strong>monstrar a força do operariado e a insuficiência das medidas<br />
repressivas, tomadas pelo Estado ao fechar os sindicatos e a FORJ, Oiticica, em carta<br />
aberta ao Dr. Aurelino Leal, já citada anteriormente, afirma que, ―a Fe<strong>de</strong>ração Operária era<br />
apenas <strong>um</strong>a associação fraca e titubeante com uns cinco mil associados, enquanto que a<br />
União Geral dos Trabalhadores, sua sucessora, reunia 30 mil inscritos. O ato arbitrário <strong>de</strong><br />
V. Exa., fechando-a, foi <strong>um</strong> laço forte para a união dos trabalhadores‖. 264<br />
Oiticica, atuando nas duas entida<strong>de</strong>s, continua a propagação da causa operária e<br />
da necessida<strong>de</strong> da emancipação do homem em relação ao capital. Trabalhando tanto na<br />
organização sindical quanto na propaganda libertária, ajuda a promover regularmente<br />
conferências, palestras, peças teatrais e até <strong>um</strong> curso <strong>de</strong> sociologia. 265<br />
Em 14 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1918 ocorreu <strong>um</strong> festival no Centro Galego, em homenagem à<br />
data comemorativa da tomada da Bastilha. Esse festival foi promovido pelo Grupo <strong>de</strong><br />
263 ADDOR, Carlos Augusto. A insurreição <strong>anarquista</strong> no Rio <strong>de</strong> Janeiro, op. cit, p.102-103.<br />
264 OITICICA, José. ―A questão operária. Carta aberta <strong>de</strong> José Oiticica ao Sr.Dr. Aurelino Leal‖. O<br />
Cosmopolita. Ano II, N°30, abr. 1918.<br />
265 ADDOR, Carlos Augusto. A insurreição <strong>anarquista</strong> no Rio <strong>de</strong> Janeiro,op. cit, p.106.<br />
111