14.10.2014 Views

josé oiticica: itinerários de um militante anarquista - Universidade ...

josé oiticica: itinerários de um militante anarquista - Universidade ...

josé oiticica: itinerários de um militante anarquista - Universidade ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

penso ser necessária, e que também compõe a questão sobre qual era o anarquismo do<br />

personagem, pois sua resolução consequentemente po<strong>de</strong> nortear nosso olhar quando<br />

observarmos as idéias <strong>de</strong> Oiticica: trata-se do fato <strong>de</strong> que a teoria <strong>anarquista</strong> não é <strong>um</strong>a<br />

corrente <strong>de</strong> pensamento unificada, ou seja, há discordância sobre como se <strong>de</strong>ve seguir a<br />

luta contra a socieda<strong>de</strong> capitalista e opressora. Segundo Woodcock, a partir do<br />

mutualismo <strong>de</strong>fendido por Proudhon, o anarquismo po<strong>de</strong> ser dividido entre três gran<strong>de</strong>s<br />

correntes: o coletivismo, o anarco-comunismo e o anarcossindicalismo (a nomenclatura<br />

<strong>de</strong>sta última é muito discutida na historiografia, sendo chamada por parte dos autores <strong>de</strong><br />

sindicalismo revolucionário) 147 . Todas essas correntes conteriam elementos das teorias <strong>de</strong><br />

Proudhon.<br />

Woodcock escreve que ―Bakunin e os coletivistas que viveram nos últimos anos da<br />

década <strong>de</strong> 1860, procurando adaptar o comportamento <strong>anarquista</strong> a <strong>um</strong>a nova socieda<strong>de</strong><br />

(...) substituíram a ênfase atribuía à proprieda<strong>de</strong> individual pela idéia <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> em<br />

mãos <strong>de</strong> instituições voluntárias.‖ 148<br />

Peter Kropotkin, segundo o comentador,<br />

A segunda corrente, tinha como principal teórico<br />

Não se limitaram a ver na comuna local e sem associações semelhantes os<br />

guardiões a<strong>de</strong>quados dos meios <strong>de</strong> produção. Criticaram também o<br />

sistema <strong>de</strong> salários em todas as suas formas e ressuscitaram a idéia – já<br />

proposta por Thomas Moore – <strong>de</strong> <strong>um</strong> comunismo literal, que permitiria a<br />

todos retirar aquilo que <strong>de</strong>sejassem dos <strong>de</strong>pósitos comuns, tendo como<br />

base o lema: ‗ De cada <strong>um</strong>, <strong>de</strong> acordo com seus meios; a cada <strong>um</strong>, <strong>de</strong><br />

acordo com suas necessida<strong>de</strong>s‘. 149<br />

A última corrente seria a anarcossindicalista ou sindicalista revolucionária, surgida<br />

nos sindicatos franceses e que valorizava o sindicato como o instr<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> luta mais<br />

po<strong>de</strong>roso. Esta última forma <strong>de</strong> atuação era questionada por outros <strong>anarquista</strong>s que<br />

afirmavam que ela não visava colocar fim ao capital, pois tinha como ban<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> combate<br />

a luta econômica.<br />

147 Sobre esta discussão ver: TOLEDO, Edilene. Anarquismo e sindicalismo revolucionário:<br />

Trabalhadores e <strong>militante</strong>s em São Paulo na Primeira República. São Paulo, Fund. Perseu<br />

Abramo, 2004.<br />

148<br />

WOODCOCK, George. História das Idéias e Movimentos Anarquistas. Trad: Júlia<br />

Tettamanzy. Porto Alegre: L&PM, 2002.p. 20.<br />

149 WOODCOCK, George, op. cit, p. 20.<br />

65

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!