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josé oiticica: itinerários de um militante anarquista - Universidade ...

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Oiticica e seus camaradas também contavam com o apoio dos lí<strong>de</strong>res dos<br />

trabalhadores das fábricas <strong>de</strong> tecidos, Manuel Castro e Joaquim Morais 278 . A a<strong>de</strong>são da<br />

União dos Operários em Fábricas <strong>de</strong> Tecidos (UOFT) era crucial aos anseios dos<br />

<strong>militante</strong>s <strong>de</strong>vido a sua extrema organização; como afirma Addor, ―o proletariado fabril – e<br />

em particular, os operários têxteis – vai constituir a espinha dorsal do ascenso operário ao<br />

longo <strong>de</strong> toda a conjuntura <strong>de</strong> 1917 a 1920, tanto em São Paulo como no Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro.‖ 279 Os representantes da UOFT ficaram responsáveis por arregimentar os<br />

operários da industria têxtil, promovendo reuniões em sua se<strong>de</strong>, juntamente com os<br />

representantes do conselho insurrecional. Outra entida<strong>de</strong> que também estava ciente do<br />

levante, e mantinha reuniões em sua se<strong>de</strong>, era a União da Construção Civil (UCC). A<br />

cargo <strong>de</strong> levar a i<strong>de</strong>ia revolucionária às forças militares ficou Ricardo Corrêa Perpétua.<br />

Assim, ele <strong>de</strong>veria levar os panfletos à Vila Militar. 280<br />

O Tenente Ajus era vizinho <strong>de</strong> Ricardo Corrêa Perpétua e estava presente no<br />

momento em que ele recebeu os panfletos. Aproveitando <strong>de</strong> sua <strong>de</strong>satenção, retirou <strong>um</strong><br />

<strong>de</strong>les e, ao ver o teor do assunto, foi logo ao Quartel General, sendo inc<strong>um</strong>bido <strong>de</strong><br />

acompanhar <strong>de</strong> perto a movimentação daqueles ―agitadores‖. 281 Segundo a matéria<br />

publicada no jornal Correio da Manhã, do dia 19 <strong>de</strong> novembro, <strong>um</strong> dia após a tentativa <strong>de</strong><br />

levante, este panfletos traziam escritos, ―o soldado é filho do povo: O soldado e o<br />

marinheiro são filhos do povo. Logo, o soldado e o marinheiro são irmãos do operário e<br />

com o operário se <strong>de</strong>vem unir.‖ 282<br />

Segundo o Tenente Ajus, logo que foi inc<strong>um</strong>bido <strong>de</strong> se infiltrar entre os<br />

organizadores do possível movimento insurrecional, voltou para casa e fingiu sua<br />

insatisfação com a forma <strong>de</strong> governo vigente, em <strong>um</strong>a conversa com Ricardo. Assim, o<br />

<strong>anarquista</strong>, ao saber da vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ajus <strong>de</strong> substituir o governo por <strong>um</strong> semelhante ao da<br />

Rússia, convidou o Tenente a comparecer a <strong>um</strong>a reunião que trataria <strong>de</strong>ste tema. Mas<br />

advertiu que antes <strong>de</strong>veria pedir autorização ao professor José Oiticica.<br />

278 DULLES, John W. Foster,op. cit, loc, cit.<br />

279 ADDOR, Carlos Augusto. A insurreição <strong>anarquista</strong> no Rio <strong>de</strong> Janeiro, op. cit, p.99.<br />

280 BANDEIRA, Moniz. O ano vermelho: A revolução russa e seus reflexos no Brasil, op. cit,<br />

p.306.<br />

281 BANDEIRA, Moniz, op. cit, p.307.<br />

282 ―Dinamite em ação‖, Correio da Manhã. Ano: XVIII, N° 7.206, Nov.1918.<br />

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