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Untitled - Biotecnologia

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Figura 3. Conteúdo de antocianinas (µM) em películas frescas e<br />

películas e sementes pós-fermentadas de uva da variedade Bordo 9,10<br />

fermentadas. Em função disto,<br />

infere-se que as modificações físico-químicas<br />

dos tecidos das películas<br />

dos frutos causadas pela<br />

adição de enzimas (pectinases,<br />

hemicelulases e celulares, e.g.)<br />

ao mosto, dos efeitos da remontagem<br />

e da proporção mosto-bagaço,<br />

bem como do tempo e da<br />

temperatura de fermentação favorecem<br />

a extração daqueles pigmentos,<br />

na medida em que determinam<br />

uma desestruturação dos<br />

componentes de parede celular<br />

ao longo do processo fermentativo.<br />

É sabido que as sementes de<br />

uva são ricas em óleo essencial,<br />

o qual possui um alto valor agregado<br />

e é amplamente utilizado<br />

nas indústrias química, de cosméticos<br />

e farmacêutica, devido a<br />

uma série de propriedades profiláticas<br />

e terapêuticas 11 Nas indústrias<br />

química e cosmética, por<br />

.<br />

exemplo, o óleo essencial de sementes<br />

de uva é utilizando na<br />

fabricação de sabonetes finos,<br />

sabões e no preparo de emulsões<br />

(loções e cremes). Seu uso<br />

pode resultar na obtenção de<br />

produtos de alta qualidade e com<br />

vantagens econômicas, permitindo<br />

a substituição do tradicional<br />

óleo de amêndoas doces, um componente<br />

importado, que é usado<br />

por gestantes para evitar o rompimento<br />

do tecido adiposo nas regiões<br />

do corpo dilatadas pela gestação<br />

(estrias).<br />

De forma similar, na indústria<br />

farmacêutica o óleo essencial de<br />

sementes de uva possui grande<br />

potencial de aplicação na formulação<br />

de medicamentos para uso interno<br />

que requeiram óleo como<br />

veículo (transporte). Além disto,<br />

uma vantagem adicional é obtida<br />

com sua utilização em medicamentos<br />

em decorrência de seu conteúdo<br />

de vitamina E, a qual protege<br />

outros constituintes da fórmula de<br />

processos de degradação oxidativa.<br />

Na dieta humana, a fração<br />

óleo essencial de sementes de uva<br />

possui características químicas que<br />

a tornam superior aos óleos essenciais<br />

comumente utilizados. Devido<br />

às suas excepcionais qualidades,<br />

o óleo de sementes de uva<br />

pode substituir praticamente todos<br />

os óleos vegetais tradicionalmente<br />

consumidos, com a vantagem<br />

de apresentar maior digestibilidade<br />

(97,2%) em relação ao óleo<br />

de soja (95%) 27 .<br />

Compostos fenólicos de interesse<br />

biológico como as proantoacinidinas<br />

10 e taninos também encontram-se<br />

nas sementes de uvas.<br />

Estes compostos apresentam como<br />

principais atividades farmacológicas<br />

a ação antimicrobiana 8,9 a<br />

prevenção do estresse oxidativo<br />

celular 15-18 , o combate aos radicais<br />

livres 18 e os efeitos antitumoral<br />

15 e cardioprotetor 20,21 .<br />

O engaço, por sua vez, é altamente<br />

rico em compostos tânicos,<br />

os quais apresentam potencial nutracêutico<br />

e farmacológico demonstrado<br />

em diversos trabalhos<br />

que citam os taninos como os<br />

responsáveis pela maioria dos<br />

efeitos terapêuticos associados às<br />

plantas na medicina popular de<br />

alguns países 22,23 . Além disto, os<br />

taninos são compostos amplamente<br />

utilizados na industria de couro,<br />

i.e., no processo de curtição<br />

deste material.<br />

Outros compostos também podem<br />

ser encontrados nestes resíduos<br />

da indústria vitícola tais como<br />

os ácidos fenólicos (ácidos ferúlico,<br />

cafeico e gálico, e.g.) 3,5 . Estes<br />

compostos têm sido bastante estudados<br />

pela comunidade científica<br />

devido aos efeitos biológicos que<br />

apresentam. O ácido gálico, por<br />

exemplo, está presente na uva e<br />

nos vinhos, podendo ser encontrado<br />

também na película pós-fermentada.<br />

Alguns estudos, demonstram<br />

que ésteres deste ácido têm a capacidade<br />

de destruir células tumorais<br />

em animais, via indução de processo<br />

apoptótico 24-26 .<br />

A caracterização química das biomassas<br />

residuais da indústria vitivinícola,<br />

em relação aos seus conteúdos<br />

de metabólitos primários e<br />

secundários, constitui-se na primeira<br />

etapa de um processo de desenvolvimento<br />

de produtos de interesse<br />

à saúde humana. Os dados obtidos<br />

até o presente momento sugerem<br />

um elevado potencial de utilização<br />

daquelas biomassas e abrem<br />

espaços para uma série de perspectivas<br />

de sua exploração, maiormente<br />

no campo da fitoterapia e de<br />

complementos alimentares.<br />

REFERÊNCIAS<br />

BIBLIOGRÁFICAS<br />

1. EMBRAPA. Centro nacional de<br />

pesquisa em uva e vinho. Dados<br />

144 <strong>Biotecnologia</strong> Ciência & Desenvolvimento - nº 29

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