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Untitled - Biotecnologia

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Figura 02. Isolamento de fungos endofíticos a partir de (A) caule e (B)<br />

raízes de soja. Foto gentilmente cedida por Rodrigo Mendes, ESALQ/USP<br />

zium anisopliae e com o Baculovírus,<br />

no controle das cigarrinhas da cana e<br />

das pastagens e no controle da Anticarsia<br />

gematalis na soja, respectivamente<br />

(para maiores detalhes consultar<br />

Athayde et al, 2001; Alves, 1998).<br />

Na cultura do cacau, o fungo Trichoderma<br />

tem sido utilizado em restos de<br />

ramos doentes para o controle<br />

do fungo Crinipellisperniciosa,<br />

agente causal da vassoura<br />

de bruxa, mostrando<br />

ser esta uma importante estratégia<br />

para a redução da<br />

utilização de compostos químicos.<br />

Osmicrorganismosendofíticos<br />

habitam um nicho ecológico<br />

semelhante aquele<br />

ocupado por fitopatógenos,<br />

podendo assim controlá-los<br />

por meio de competição por<br />

nutrientes,produçãodesubstâncias<br />

antagônicas, parasitando<br />

o patógeno ou mesmo<br />

induzindo a planta a desenvolver<br />

resistência. Além disso,<br />

podem colonizar a planta<br />

e posteriormente parasitar<br />

um inseto praga que tentar<br />

se alimentar da planta hospedeira.<br />

Para aumentar os efeitos benéficos<br />

destes microrganismos para a<br />

planta, permitindo a sua utilização na<br />

agricultura, deve-se inicialmente conhecer<br />

as espécies microbianas envolvidas<br />

e as estratégias utilizadas pelos<br />

microrganismos nesta interação, para<br />

posteriormente poder cultivar o (s)<br />

microrganismo (s) e reinoculá-lo (s)<br />

nas plantas de interesse.<br />

Figura 03. Fungo fitopatogênico Rhyzoctonia<br />

solani sendo inibido por uma bactéria endofítica<br />

de Eucalyptus grandis. A) Observar região de<br />

inibição do endófito sobre o patógeno; B)<br />

Crescimento do fitopatógeno sem o endófito<br />

(controle). Foto gentilmente cedida por Rudi E. L.<br />

Procópio (ESALQ/USP)<br />

Estudos têm mostrado que pelo<br />

menos 15 gêneros de bactérias são<br />

capazes de controlar doenças fúngicas<br />

ou bacterianas; destes, Bacillus e Pseudomonas<br />

tem mostrado um maior<br />

potencial para o controle efetivo de<br />

doenças (Tabela 03). No caso de fungos<br />

endofíticos, os gêneros Neotyphodium<br />

(sin. Acremonium)eFusarium<br />

tem sido utilizados para o controle<br />

biológico, visto que apresentam resultados<br />

promissores nesta área (Tabela<br />

04). O fungo patogênico Rhyzoctonia<br />

solani de batata (Solanum tuberosum),<br />

tem sido, em certas condições,<br />

controlado por microrganismos endofíticos.<br />

No Brasil, a cultura do repolho<br />

tem recebido especial atenção e resultados<br />

importantes foram obtidos no<br />

controle de Xanthomonas campestris<br />

pelas bactérias endofíticas Alcaligenes<br />

piechaudii e Kluyvera ascorbata<br />

(Assis et al., 1998). Na ESALQ/<br />

USP em Piracicaba, estudos têm sido<br />

conduzidos para o desenvolvimento<br />

de estratégias de controle biológico<br />

de X. fastidiosa (Marcon, 2002) e<br />

Rhyzoctonia solani (Figura 02).<br />

Normalmente, o mecanismo mais<br />

importante de controle biológico de<br />

doenças é por meio da indução de<br />

resistência sistêmica (IRS). Neste tipo<br />

de controle, a penetração ativa do<br />

microrganismoendofíticoinduzaplanta<br />

hospedeira a sintetizar compostos<br />

que atuam sobre o patógeno ou alteram<br />

a morfologia vegetal. Estas alterações<br />

morfológicas e fisiológicas podem<br />

incluir aumento da parede celular<br />

por deposição de lignina e glucanas e<br />

aumento da espessura da cutícula, bem<br />

como a síntese de fitoalexinas, dificultando<br />

a entrada do patógeno eoseu<br />

desenvolvimento na planta hospedeira.<br />

Neste aspecto, plantas de<br />

propagação in vitro ou via sementes<br />

podem apresentar vantagens<br />

em relação a outras espécies<br />

de propagação vegetativa,<br />

pois o endófito poderia ser aplicado<br />

diretamente na cultura in<br />

vitro ou na semente, permitindo<br />

a colonização da planta pelo endófito<br />

sem competição com outros<br />

microrganismos e facilitando<br />

a aplicação prática desta estratégia.<br />

Linhagens avirulentas ou hipovirulentas<br />

do patógeno também<br />

têm sido utilizadas para a<br />

IRS, pois elas podem colonizar a<br />

planta sem causar doenças, mas<br />

são reconhecidas pela planta que<br />

ativa o seu sistema de defesa,<br />

impedindo o estabelecimento do<br />

patógeno. Pode haver também<br />

competição com o patógeno<br />

pelo nicho ecológico, diminuindo<br />

a possibilidade da linhagem patogênica<br />

em colonizar a planta hospedeira.<br />

Em tomate, a mancha causada<br />

por Fusarium oxysporum pode ser<br />

controlada utilizando linhagens avirulentas<br />

do patógeno, as quais colonizam<br />

endofiticamente o hospedeiro e impedem<br />

a entrada de linhagens virulentas.<br />

O microrganismo endofítico pode<br />

parasitar células do patógeno, impe-<br />

<strong>Biotecnologia</strong> Ciência & Desenvolvimento - nº 29 67

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