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Untitled - Biotecnologia

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1993; James et al., 1993).<br />

Uma vez conhecida a sequência<br />

desta proteína, a sua identificação é<br />

geralmente feita por correlação de<br />

dados depositados em bancos acessíveis<br />

via internet, como o da Swiss-Prot<br />

(Suiça).<br />

Técnicas e Opções para Análise<br />

de Proteoma Diferencial<br />

O proteoma diferencial compara<br />

diferentes perfis de proteínas entre<br />

situações de interesse. O objetivo central<br />

do proteoma diferencial é melhorar<br />

o conteúdo de informações do<br />

estudo de proteoma através de análises<br />

múltiplas. As três principais técnicas<br />

usadas atualmente para análise de<br />

proteoma diferencial são eletroforese<br />

diferencial em gel (DIGE), “Multplex<br />

Proteome” (MP) e rotulação de proteínas<br />

com reagentes ICAT (“isotopecoded<br />

affinity tagging”).<br />

A técnica DIGE (Figura 4) usa ésters<br />

de succinil de corantes de cianina,<br />

CY2, CY3 e CY5, que podem ser<br />

empregados para rotulação fluorescente<br />

para três populações complexas<br />

de proteínas antes de misturá-las e<br />

resolvê-las simultaneamente na mesma<br />

2DE. Recentemente, foi desenvolvido<br />

outro procedimento similar usando<br />

corante Alexa Fluor.<br />

O “Multplex Proteome” (MP) baseia-se<br />

na determinação paralela dos<br />

níveis de expressão de proteínas bem<br />

como em certos atributos funcionais,<br />

tais como níveis de glicosilação, capacidade<br />

de ligação com drogas ou metabolização<br />

de drogas (Figura 5). Esta<br />

tecnologia utiliza o mesmo fluoróforo<br />

para medir proteínas através de todos<br />

os géis no banco de dados, e emprega<br />

fluoróforos adicionais com diferentes<br />

excitações e/ou emissão máxima para<br />

acentuar atributos funcionais específicos<br />

da espécie. A vantagem desta<br />

técnica sobre a DIGE é que ela dá uma<br />

faixa muito mais larga de informações.<br />

A técnica de ICAT permite identificação<br />

sistemática das proteínas numa<br />

mistura complexa e quantificação precisa<br />

das diferenças em abundância de<br />

cada proteína presente em duas ou<br />

mais amostras protéicas. O reagente<br />

ICAT é formado por três componentes<br />

funcionais: um grupamento reativo<br />

à tióis, que é seletivo para os grupamentos<br />

sulfidrilas das cadeias laterais<br />

de cisteínas reduzidas, um grupo de<br />

etileno glicol que pode conter átomos<br />

de deutério (isotopicamente pesado)<br />

ou não (isotopicamente normal) e que<br />

possibilita realizar quantificação precisa<br />

por MS, e um grupamento de biotina<br />

que é a “etiqueta de afinidade” utilizado<br />

como base para o isolamento seletivo<br />

dos peptídios contendo cisteína<br />

(marcados com ICAT) de uma mistura<br />

complexa de peptídios, através de<br />

cromatografia de afinidade em coluna<br />

de avidina (Figura 6).<br />

Os resíduos de cisteína reduzida<br />

das proteínas nas duas amostras a serem<br />

comparadas são rotulados separadamente<br />

durante o experimento. Em<br />

uma das amostras é usada a forma<br />

isotopicamente pesada e na outra<br />

amostra a forma leve do reagente<br />

ICAT. As duas amostras são combinadas<br />

e digeridas com tripsina. Os peptídios<br />

marcados, que contém cisteína<br />

são isolados por cromatografia de afinidade<br />

e analisados por espectrometria<br />

de massa, determinando assim a identidade<br />

da proteína que deu origem ao<br />

peptídio e a abundância relativa de<br />

cada proteína nas amostras sendo comparadas<br />

(Figura 7) (Gygi et al., 1999).<br />

Conclusões<br />

A Proteômica veio para revolucionar<br />

os estudos de Genoma, uma vez<br />

que utiliza-se de suas ferramentas para<br />

identificar as proteínas expressas em<br />

situações específicas em um dado<br />

momento naquele ambiente. A Proteômica<br />

é dinâmica e permite fazer estudos<br />

comparativos. Os métodos para<br />

análise global da abundância de proteínas,<br />

modificações pós-traducionais e<br />

as mudanças nesses dois parâmetros<br />

como a função de um estado biológico<br />

da célula ou tecido se desenvolveram<br />

utilizando-se das técnicas de eletroforese,<br />

cromatografia e espectrometria<br />

de massa como componentes-chave<br />

para o estabelecimento de plataformas<br />

de estudo. As inovações tecnológicas<br />

na detecção, análise e quantificação<br />

de proteínas acelerou rapidamente<br />

o desenvolvimento da Proteômica<br />

nos últimos 4 anos. Isso, sem dúvida,<br />

ocorreu devido ao foco que instituições<br />

privadas e públicas deram à<br />

pesquisa do Genoma ao Proteoma.<br />

No Brasil, a Proteômica vem se desenvolvendo<br />

desde o início do Projeto<br />

Genoma da Xyllela fastidiosa financiado<br />

pela Fundação de Amparo a<br />

Pesquisa do Estado de São Paulo (FA-<br />

PESP). Diversos grupos inseridos no<br />

Genoma Funcional da FAPESP ainda<br />

continuam trabalhando com técnicas<br />

proteômicas com o objetivo de mapear<br />

as proteínas funcionais importantes<br />

no estabelecimento da doença<br />

do “amarelinho”e a sobrevivência da<br />

bactérianaslaranjeirasvariedadedoce.<br />

Com os resultados obtidos destes estudos<br />

espera-se criar estratégias de<br />

controle desta doença, a qual já tem<br />

causado sérios danos à citricultura<br />

paulista.<br />

Literatura Consultada<br />

Chevallet M, Santoni V, Poinas A,<br />

Rouquie D, Fuchs A, Kieffer S,<br />

Rossignol M, Lunardi J, Garin J,<br />

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to protein identification. Anal<br />

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164 <strong>Biotecnologia</strong> Ciência & Desenvolvimento - nº 29

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