09.11.2014 Views

Homenagens - Academia Brasileira de Letras

Homenagens - Academia Brasileira de Letras

Homenagens - Academia Brasileira de Letras

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Murilo Melo Filho<br />

Murilo Melo Filho<br />

Alceu revisitado<br />

Desejo que minhas primeiras palavras sejam <strong>de</strong> evocação ao que me disse,<br />

certo dia, o nosso homenageado <strong>de</strong> hoje:<br />

“Em três décadas, passei por duas conversões: uma, a primeira, religiosa,<br />

quando <strong>de</strong>scobri a Igreja Católica. E a segunda, social, quando compreendi a<br />

liberda<strong>de</strong> política.<br />

Em nenhuma <strong>de</strong>las, o movimento foi brusco nem o verda<strong>de</strong>iro caminho<br />

se mostrou <strong>de</strong> repente. Ao contrário, ambas foram o fruto <strong>de</strong> uma longa<br />

meditação.<br />

À semelhança <strong>de</strong> Calógeras, só vim para a Igreja Católica <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> muito<br />

pensar e <strong>de</strong> muito sentir.”<br />

Assim, se <strong>de</strong>finia, em vida, um neto <strong>de</strong> lavradores portugueses, o Dr. Alceu<br />

Amoroso Lima, do qual exatamente na quinta-feira da semana passada, dia 14<br />

<strong>de</strong> agosto, se completaram 20 anos <strong>de</strong> sua morte, ocorrida em 1983, quando já<br />

tinha quase 90 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>.<br />

Ele nasceu no dia 11 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1893, quando troavam os canhões da<br />

Armada do Almirante Custódio <strong>de</strong> Melo. Seu pai, Manuel, quis batizá-lo com<br />

o nome <strong>de</strong> Floriano, em homenagem a um florianismo contestado e, já então,<br />

agonizante.<br />

Era filho <strong>de</strong> uma família abastada, que apren<strong>de</strong>u a ler e a escrever com sua<br />

mãe e com João Kopke, um pedagogo revolucionário, e que, ainda bem moço,<br />

morando no Casarão Azul, da Rua Cosme Velho, n o 4, conheceu Rui Barbosa,<br />

Machado, Coelho Neto, João Ribeiro, Rodrigo Octavio, Afonso Celso e Sílvio<br />

Romero.<br />

190

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!