Homenagens - Academia Brasileira de Letras
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Alberto Venancio Filho<br />
Em 1937 publicou volume a que <strong>de</strong>u o título mo<strong>de</strong>sto <strong>de</strong> Tratado elementar <strong>de</strong><br />
Fisiologia, Volume I, a que não seguiram os outros. No prefácio dizia que procurava<br />
fazer um trabalho que não fosse tão elementar que <strong>de</strong>sinteressasse aos<br />
especialistas e não tão profundo que não pu<strong>de</strong>sse ser acompanhado pelos iniciantes.<br />
Não tenho condições <strong>de</strong> julgar o conteúdo do livro, mas pela or<strong>de</strong>m<br />
dos capítulos, pela apresentação gráfica e pelos inúmeros <strong>de</strong>senhos ilustrativos,<br />
parece ser um trabalho <strong>de</strong> mérito.<br />
Miguel Osório se aventurou, em 1931, a publicar um romance, Almas sem<br />
abrigo. Para quem confessava ser um dos poucos brasileiros que nunca escrevera<br />
um verso, po<strong>de</strong>-se cogitar que se tratava <strong>de</strong> uma tentativa <strong>de</strong> experimentar esse<br />
gênero literário.<br />
O enredo é convencional e o personagem principal, Carlos Toledo, tem<br />
muitos traços do autor, jovem matemático que vai realizar cursos na Sorbonne.<br />
A trama também é convencional, a rebeldia contra o pai, <strong>de</strong>sembargador e<br />
futuro Ministro do Supremo, a amiza<strong>de</strong> com Lauro <strong>de</strong> Azevedo, amigo <strong>de</strong> infância<br />
com interesses literários, que fracassa em empreendimento industrial, e<br />
se transforma num jornalista <strong>de</strong> escândalo. E os dois casos sentimentais do<br />
personagem principal, uma amiza<strong>de</strong> <strong>de</strong> adolescência que prefere ao matemático<br />
um jovem rico, e outra uma colega na França com quem pretendia se casar e<br />
que morre em aci<strong>de</strong>nte nebuloso.<br />
A frase final procura retratar essa situação: “Ah! Se Sara tivesse me compreendido...<br />
Não... Não... Não... Se eu houvera compreendido Geneviève...”<br />
O livro embora não <strong>de</strong>smereça o autor e esteja escrito em linguagem escorreita<br />
e em diálogo correto, foi como um divertissement, muito aquém do realizado<br />
no gênero científico.<br />
No discurso <strong>de</strong> posse, justificaria a feitura do livro:<br />
“De uma feita, prestei maior atenção a vozes que pareciam reclamar alguma<br />
coisa além <strong>de</strong>ssa contemplação <strong>de</strong> abstrações e transcendências: um consolo,<br />
amparo para dores mais humanas, imediatas e, enquanto no laboratório<br />
passava horas fazendo medidas rigorosas e completas, ou porfiava no afã<br />
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