Homenagens - Academia Brasileira de Letras
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Cinqüentenário da morte <strong>de</strong> Miguel Osório <strong>de</strong> Almeida<br />
gas que <strong>de</strong>vemos o primeiro centro oficial <strong>de</strong> pesquisa científica <strong>de</strong> fisiologia<br />
na fase mo<strong>de</strong>rna.<br />
Assumiu em 1919 a direção do Instituto Oswaldo Cruz e convidou Miguel<br />
Osório para criar o laboratório que se tornou a seção <strong>de</strong> fisiologia, e posteriormente<br />
a Divisão <strong>de</strong> Fisiologia <strong>de</strong>sse instituto.<br />
O panorama da pesquisa científica era <strong>de</strong>sanimador na década <strong>de</strong> 20, afirma<br />
Simon Schwartzman: “As aulas continuavam a ser expositivas e magistrais e,<br />
com exceção <strong>de</strong> algumas figuras isoladas, como Álvaro Osório <strong>de</strong> Almeida na<br />
Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina, Miguel Osório <strong>de</strong> Almeida e Lauro Travassos na Escola<br />
Superior <strong>de</strong> Agricultura e Veterinária – os professores não estavam voltados<br />
nem para os aspectos experimentais do ensino nem para a pesquisa básica.”<br />
Ainda em 1942 o <strong>de</strong>senvolvimento da ciência entre nós era tardio, como diria<br />
Francisco Venancio Filho: “A rigor muito pouca ciência temos feito. É certo<br />
que o conhecimento da terra e da gente vai se fazendo lentamente, com elementos<br />
nacionais e colaboração estrangeira. Aos poucos, a nossa geologia, a<br />
nossa flora, a nossa fauna, a nossa etnografia e antropologia vão tomando corpo,<br />
fixando contornos cada vez mais <strong>de</strong>finidos e claros. Mas ciência, no sentido<br />
universal do termo, com conhecimentos das relações gerais que não seja<br />
aplicação, repitamos, pouco, muito pouco fizemos.”<br />
Voltado para as tarefas <strong>de</strong> pesquisa, Miguel Osório ao mesmo tempo participava<br />
dos movimentos <strong>de</strong> renovação científica e cultural. Participou do grupo<br />
<strong>de</strong> criação da Socieda<strong>de</strong> <strong>Brasileira</strong> <strong>de</strong> Ciências, que em 1922 se tornou a <strong>Aca<strong>de</strong>mia</strong><br />
<strong>Brasileira</strong> <strong>de</strong> Ciências. E em 1924 a<strong>de</strong>riu à fundação da Associação <strong>Brasileira</strong><br />
<strong>de</strong> Educação criada por Heitor Lira, junto com Everardo Backeuser,<br />
Edgard Sussekind <strong>de</strong> Mendonça e Francisco Venancio Filho.<br />
A Associação se iniciava com programa ambicioso <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s, organizando<br />
ciclo <strong>de</strong> palestras e cursos, e dividido em sessões, entre as quais a do ensino<br />
técnico e superior.<br />
Miguel Osório integrava a sessão <strong>de</strong> ensino superior juntamente com Amoroso<br />
Costa, Tobias Moscoso, Ferdinand Labouriau, precocemente falecidos<br />
no <strong>de</strong>sastre do avião Santos Dumont em 1928; os irmãos Álvaro e Branca Fia-<br />
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