Homenagens - Academia Brasileira de Letras
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Cinqüentenário da morte <strong>de</strong> Miguel Osório <strong>de</strong> Almeida<br />
ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> Física Médica na Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina, ganho por um amigo seu,<br />
mas alcançou notorieda<strong>de</strong> pelo brilho <strong>de</strong> suas provas.<br />
Nomeado professor <strong>de</strong> Fisiologia da Escola <strong>de</strong> Medicina Veterinária lecionou<br />
com assiduida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 1917 a 1934. Mas toda a sua tendência era para a pesquisa<br />
científica. Trabalhou no laboratório montado por seu irmão mais velho<br />
Álvaro no porão da casa <strong>de</strong> seus pais – graças à ajuda <strong>de</strong> Cândido Gaffrée –<br />
primeiro na Rua Almirante Tamandaré, <strong>de</strong>pois na Rua Machado <strong>de</strong> Assis.<br />
Trabalhavam os irmãos Osório, Miguel à tar<strong>de</strong>, Álvaro principalmente pela<br />
manhã, e viveram momentos os mais felizes <strong>de</strong> suas vidas <strong>de</strong> jovens vibrantes e<br />
sonhadores.<br />
Cada um era chefe <strong>de</strong> si mesmo. “Isolados, sós, trabalhando quase às ocultas,<br />
não encontrávamos, os dois, outro apoio senão nossa mútua compreensão,<br />
nosso tácito entendimento, a fé comum na legitimida<strong>de</strong> <strong>de</strong> nossos i<strong>de</strong>ais”, disse<br />
ele, ainda no discurso <strong>de</strong> posse na <strong>Aca<strong>de</strong>mia</strong> Nacional <strong>de</strong> Medicina. Foi<br />
contratado para Manguinhos por Carlos Chagas (pai) como assistente do<br />
Instituto Oswaldo Cruz, passando a Diretor do Laboratório <strong>de</strong> Fisiologia e<br />
<strong>de</strong>pois a Chefe <strong>de</strong> Serviço e Chefe <strong>de</strong> Departamento do mesmo Instituto.<br />
Demonstrou então, no trabalho associativo, não mais solitário, sua capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança sóbria, discreta mas firme, e, em seu laboratório, orientava,<br />
discutia, ensinava, mas sempre com tempo para conversas inteligentes que <strong>de</strong>leitavam<br />
seus assistentes.<br />
Tomou posse em 16 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1928 na <strong>Aca<strong>de</strong>mia</strong> Nacional <strong>de</strong> Medicina,<br />
substituindo o Acadêmico Carlos Pinto Seidl, que passava a Membro Titular<br />
Honorário – hoje <strong>de</strong>nominado Membro Emérito. Seidl fez o discurso <strong>de</strong><br />
recepção ao novo acadêmico. Miguel Osório faleceu em 2 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong><br />
1953. Candidatou-se e foi eleito para sua vaga o Acadêmico Fioravanti Alonso<br />
di Piero, freqüentando ainda hoje a <strong>Aca<strong>de</strong>mia</strong>, agora com noventa e nove<br />
anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>...<br />
O parecer da comissão que julgou os títulos e trabalhos do candidato à<br />
<strong>Aca<strong>de</strong>mia</strong>, assinado por Carlos Seidl, Oscar da Silva Araújo e Eduardo Rabello,<br />
terminava assim: “Aí ten<strong>de</strong>s, senhores membros da <strong>Aca<strong>de</strong>mia</strong> <strong>de</strong> Me-<br />
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