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Capa Crianças 2003.cdr - Observatório Brasileiro de Informações ...

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...............................20...............................MetodologiaEstimativas sobre o número<strong>de</strong> crianças e adolescentesem situação <strong>de</strong> ruano BrasilA população <strong>de</strong> jovens em situação<strong>de</strong> rua é muito heterogênea eflutuante, características estas quedificultam estudos quantitativos.Durante a década <strong>de</strong> 1980, foramdivulgadas estimativas muito elevadas,as quais, sem apoio algum<strong>de</strong> pesquisa, indicavam <strong>de</strong> 100 mila 30 milhões <strong>de</strong> meninos(as) vivendoem situação <strong>de</strong> rua na AméricaLatina. Pesquisas recentes, realizadasno Brasil, têm mostradoque estes números são realmenteelevados em algumas capitais brasileiras,embora muito inferioresaos divulgados até então. Dentreas cida<strong>de</strong>s pesquisadas, São Paulofoi a que apresentou os maiores índices,tendo sido contados, no ano<strong>de</strong> 1993, 4.520 crianças e/ou adolescentesno período diurno e 895no noturno (Secretaria da Criança,Família e Bem-estar Social do Estado<strong>de</strong> São Paulo, 1993; Rosemberg,1993; Rosemberg, 1996).Embora bem mais realistas do queas suposições da década <strong>de</strong> 1980,esses valores ainda po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>radossubestimados, em funçãodas peculiarida<strong>de</strong>s das metodologiasempregadas. Dessaforma, infelizmente, ainda continuasendo muito pouco preciso oconhecimento sobre a amplitu<strong>de</strong><strong>de</strong>ssa situação em nosso país...................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................Adaptação à diversida<strong>de</strong> das 27 capitais:saindo das se<strong>de</strong>s para as ruasUm dos maiores <strong>de</strong>safios <strong>de</strong>ste levantamento foi iniciado no encontro dos27 coor<strong>de</strong>nadores. Em discussão coletiva, os coor<strong>de</strong>nadores apresentaram opanorama geral das instituições atuantes em suas capitais. Foi então constatadauma gran<strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> situações, muitas <strong>de</strong>las novas em relação aoslevantamentos anteriores realizados pelo CEBRID.Até 1997, a coleta dos dados era realizada apenas em instituições comse<strong>de</strong>s, condição esta que favorecia a composição da amostra <strong>de</strong> crianças eadolescentes a serem entrevistados. No entanto, em 2003, foram localizadasvárias instituições que trabalhavam exclusivamente com abordagens diretasna rua e, para cinco capitais, esse era o único perfil <strong>de</strong> instituições mapeadas.O panorama oposto, apenas se<strong>de</strong>s, foi observado em três capitais, prevalecendoentão, em 19 capitais, uma situação mista (instituições com se<strong>de</strong> e/ou emrua). Em São Paulo, por exemplo, on<strong>de</strong> nos anos anteriores havia diversasinstituições em se<strong>de</strong>, em 2003 foram localizadas apenas quatro com esse perfile, em contrapartida, várias novas com abordagem direta na rua.Houve, assim, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> buscar alternativas para a adaptação dametodologia em campo aberto (rua), especialmente para o processo <strong>de</strong> amostragem.A proposta <strong>de</strong> adaptação foi estabelecida em reuniões, estando presentesrepresentantes do CEBRID, a estatística responsável pela amostragem eos coor<strong>de</strong>nadores <strong>de</strong> duas capitais, Brasília e Porto Alegre, os quais tinhamexperiência em abordagem <strong>de</strong> rua. Posteriormente, foram feitos dois estudospiloto, um em Vitória e outro em São Paulo. Em Vitória, em função <strong>de</strong> ser umacapital <strong>de</strong> menor porte, os procedimentos <strong>de</strong> amostragem foram consi<strong>de</strong>radosviáveis. No entanto, em São Paulo, foi observada situação oposta. O excesso<strong>de</strong> pessoas transitando pelas ruas, a postura dos adolescentes nesse ambiente,muitos inclusive com comportamento alterado evi<strong>de</strong>nte (aparentemente emfunção do uso <strong>de</strong> drogas), foram os principais fatores que inviabilizaram qualquerpossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> realização do levantamento em rua.Em função <strong>de</strong>ssas avaliações, foi estabelecido que as equipes das capitais<strong>de</strong>veriam trabalhar preferencialmente com instituições em se<strong>de</strong>, salvo os casosem que não existisse essa possibilida<strong>de</strong> ou o número <strong>de</strong> entrevistas em se<strong>de</strong>fosse muito reduzido (Tabela 1). As equipes que conduziram o levantamentonas ruas foram das seguintes capitais: Boa Vista, Florianópolis, Natal, Palmas,Rio Branco, Salvador, São Luís, Aracaju, Teresina e Vitória. Na maioria <strong>de</strong>stas,não foram <strong>de</strong>tectados problemas, exceto em uma. Nessa capital, ocorreraminterferências <strong>de</strong> outros adolescentes na condução das entrevistas e,também, ameaças <strong>de</strong> policiais exigindo que os entrevistadores abandonassemo local.

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