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Capa Crianças 2003.cdr - Observatório Brasileiro de Informações ...

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...............................68...............................Capítulo 3Alterida<strong>de</strong><strong>Capa</strong>cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se pôr no lugar dooutro, buscando compreen<strong>de</strong>r asrazões que motivam seus atos (Costa& Silva, 2001)...........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................nham seus direitos assegurados em nosso país. Umenorme caminho já foi percorrido <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a DeclaraçãoUniversal dos Direitos da Criança (1959), doECA no Brasil (1990) e outros gran<strong>de</strong>s movimentos.Em relação especificamente à situação <strong>de</strong> rua,vale salientar ainda o Movimento Nacional <strong>de</strong>Meninos e Meninas <strong>de</strong> Rua, que conta com inúmerosvoluntários, que trabalham em conjunto emtodo o país (www. mnmmr.org.br). Apesar <strong>de</strong> todasessas iniciativas, ainda há muito que fazer.O resgate da cidadania é um dos mais importantesaspectos a serem trabalhados em programaspreventivos em situação <strong>de</strong> rua. O maior <strong>de</strong>safio provavelmente é <strong>de</strong>scobrirformas para que esse resgate aconteça. A maior parte das crianças e dos adolescentesem situação <strong>de</strong> rua apren<strong>de</strong>u a viver em liberda<strong>de</strong>, sem muitos limitese sem a presença <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong>s impostas. A ambivalência entre o <strong>de</strong>sejo<strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> e a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> se integrar na socieda<strong>de</strong> formal talvez seja umadas questões centrais <strong>de</strong> muitos jovens. A inserção social, portanto, <strong>de</strong>ve serconstruída gradativamente junto aos próprios jovens, respeitando as diferençase as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cada um, <strong>de</strong> forma que faça sentido para a população-alvoe não apenas para satisfazer os governantes ou aliviar o mal-estar dapopulação geral. Para essas iniciativas, a alterida<strong>de</strong> é uma característica fundamental.Uma vez que a rua passa a ser o circuito <strong>de</strong> socialização <strong>de</strong>sses jovens, osprogramas preventivos <strong>de</strong>vem oferecer um circuito alternativo que ofereça melhorescondições <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento (Lescher et al., 1999). Outra importantemeta <strong>de</strong> trabalho é o fortalecimento dos potenciais <strong>de</strong> cada criança e adolescente,explorando as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> interesse e valorizando a cultura local. Existemestudos que apontam as diversas potencialida<strong>de</strong>s das crianças e dosadolescentes em situação <strong>de</strong> rua, como a elevada capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> maneira comdificulda<strong>de</strong>s, a criativida<strong>de</strong>, a inteligência, entre outros, que merecem ser valorizadose potencializados (Koller & Hutz, 1996).No presente levantamento, as principais ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> interesse foram aprática <strong>de</strong> esportes (46,%), as brinca<strong>de</strong>iras em geral (46,1%) e os passeios(41,5%), <strong>de</strong>monstrando que, embora em situação <strong>de</strong> rua, sobretudo são criançase adolescentes e que preservam diversos aspectos saudáveis da infância eda adolescência (Tabela 19). Esse dado ganha especial relevância se consi<strong>de</strong>rarmosque a droga, para muitos, representa uma forma <strong>de</strong> contato com olúdico. Viver momentos mágicos, dar risada, brincar com os <strong>de</strong>safios, ver“raios coloridos caindo do céu”, sentir-se “super-homem”, são algumas dassensações <strong>de</strong> prazer relatadas pelos entrevistados com o uso <strong>de</strong> drogas. Portanto,propiciar alternativas <strong>de</strong> prazer <strong>de</strong>ve ser uma das metas no processo <strong>de</strong>trabalho preventivo.

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