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Capa Crianças 2003.cdr - Observatório Brasileiro de Informações ...

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O uso <strong>de</strong> drogas na infância e na adolescência em situação <strong>de</strong> rua nas capitais brasileiras...............................29...............................As diferentes situações <strong>de</strong> rua: entre os sistemas sociaistradicionais e os fascínios da ruaA Tabela 3 apresenta algumas características socio<strong>de</strong>mográficas dos entrevistadosneste levantamento. Trata-se <strong>de</strong> uma amostra abrangente que inclui diferentesvínculos familiares, escolares e faixas etárias. Portanto, além das diferençasjá mencionadas entre as capitais, também <strong>de</strong>ve ser pon<strong>de</strong>rada a diversida<strong>de</strong> e acomplexida<strong>de</strong> das situações <strong>de</strong> rua dos entrevistados em cada uma <strong>de</strong>las.As especificida<strong>de</strong>s muitas vezes são <strong>de</strong> tal or<strong>de</strong>m que mereceriam análisesquase biográficas. No entanto, a fim <strong>de</strong> subsidiar as políticas públicas, osestudos quantitativos buscam algumas generalizações. Tentar equilibrar asgeneralida<strong>de</strong>s e as particularida<strong>de</strong>s tem representado um dos gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>safiosdos estudos sobre situação <strong>de</strong> rua. Uma das tentativas <strong>de</strong> minimizar esse problematem sido a busca <strong>de</strong> tipologias, as quais apontam até cinco diferentesperfis <strong>de</strong> jovens em situação <strong>de</strong> rua (Martins, 1996). A maioria dos estudos<strong>de</strong>fine dois perfis principais, <strong>de</strong>nominados jovens “na rua” e “<strong>de</strong> rua” (Lusk,1989; Vogel et al., 1991; WHO, 2000). Outros autores, entretanto, levantamcríticas a essa classificação, argumentando, por exemplo, que não se po<strong>de</strong>mdistinguir dois grupos como se fossem “estáticos”, uma vez que a situação <strong>de</strong>rua envolve um continuum dinâmico, entre a volta diária à casa e a totalpermanência na rua (Neiva-Silva & Koller, 2002).Apesar da pertinência das críticas apontadas, optamos por tentar contemplaralgumas diversida<strong>de</strong>s, ao menos entre os dois perfis mais estudados na literatura.Para tanto, utilizamos como diferencial a avaliação subjetiva do entrevistado emrelação ao “morar ou não com família” (Tabelas 4 e 5).Tabela 3: Características socio<strong>de</strong>mográficas das 2.807 crianças e adolescentes entrevistadosnas 27 capitais brasileiras.N = 2.807N %Sexo Masculino 2120 75,5Feminino 687 24,5Ida<strong>de</strong> (anos) 10 a 11 418 14,912 a 14 1047 37,315 a 18 1337 47,6Não sabe 5 0,2Local <strong>de</strong> nascimento Na capital (on<strong>de</strong> foi entrevistado) 1453 51,8Em outros municípios do Estado 732 26,1Em outro Estado 408 14,5Não sabe 214 7,6Situação escolar Nunca estudou 71 2,5Estuda 1565 55,8Parou <strong>de</strong> estudar 1171 41,7Situação familiar Sim 1932 68,8(morar com família) Não 875 31,2..................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................Crianças e adolescentesem situação <strong>de</strong> rua:“na rua” e “<strong>de</strong> rua”A expressão crianças e adolescentesem situação <strong>de</strong> rua é fruto <strong>de</strong>uma evolução conceitual que partiu<strong>de</strong> termos populares como menoresabandonados. Estudos realizados,especialmente ao longo dadécada <strong>de</strong> 1980, mostraram que, naverda<strong>de</strong>, gran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong>ssa populaçãonão estava “abandonada”como até então se imaginava. Aocontrário, muitos ainda mantinhamos vínculos familiares, utilizando arua como fonte complementar darenda da família ou até mesmocomo alternativa <strong>de</strong> lazer. Nessesentido, essa parcela da populaçãopassou a ser <strong>de</strong>nominada na rua,restringindo o termo <strong>de</strong> rua àquelascrianças ou adolescentes quehaviam rompido os vínculos familiares.O termo em situação <strong>de</strong> ruapassou a englobar as duas populações:<strong>de</strong> rua e na rua (Lusk, 1989;Alves, 1991; Rosemberg, 1993; WHO,2000; Gregori, 2000).

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