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Capa Crianças 2003.cdr - Observatório Brasileiro de Informações ...

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O que já fizemos e o que po<strong>de</strong>remos fazer em relação ao uso <strong>de</strong> drogas em situação <strong>de</strong> rua no Brasil...............................69...............................A prática <strong>de</strong> esportes, por exemplo, além <strong>de</strong> saudável e prazerosa, po<strong>de</strong>resgatar o respeito às regras e aos limites, aspectos essenciais para a vida emsocieda<strong>de</strong>. Brincar é um direito <strong>de</strong> toda criança e/ou adolescente previsto peloECA e representa uma das formas <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r a se relacionar socialmente e <strong>de</strong>abrir espaço para a criativida<strong>de</strong>. A ludicida<strong>de</strong> tem <strong>de</strong>monstrado ser um importanteinstrumento <strong>de</strong> resgate da cidadania para outras populações em situação<strong>de</strong> risco social (Costa & Silva, 2003).No Brasil, existem vários trabalhos com crianças e adolescentes em situação<strong>de</strong> risco social (não necessariamente em situação <strong>de</strong> rua). Por exemplo, emSalvador existe o Projeto Axé e, em São Paulo, os projetos Meninos do Morumbi,Circo Escola e Casa das Crianças, cuja ênfase é a inclusão dos jovenspor meio da música, da dança, da arte circense e/ou da ludicida<strong>de</strong> (Costa &Silva, 2001; Noto & Moreira, 2004). Entre os projetos <strong>de</strong> prevenção indicadavale mencionar o Projeto Quixote (PROAD/UNIFESP), em São Paulo, e o Consultório<strong>de</strong> Rua (CETAD/UFBA) em Salvador que, embora trabalhem em perspectiva<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> global, também oferecem atendimento específico à <strong>de</strong>pendência <strong>de</strong>drogas. O Projeto Quixote, por exemplo, utiliza estratégias baseadas no oferecimento<strong>de</strong> alternativas e <strong>de</strong>senvolvimento dos potenciais das crianças e dosadolescentes. As ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvidas em ateliês ou oficinas buscam tambémo estabelecimento <strong>de</strong> vínculos afetivos. Ao longo <strong>de</strong>sse contato, são observadasas <strong>de</strong>mandas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> global a serem atendidas por profissionais <strong>de</strong>diferentes áreas, como psicólogos, médicos, cirurgiões-<strong>de</strong>ntistas, assistentessociais, advogados, entre outros (Rigato, 2002).Resgatar a cidadania como um todo po<strong>de</strong> representar um novo trilho paraa prevenção em situação <strong>de</strong> rua. Existem muitas histórias pessoais, algumas<strong>de</strong>las publicadas, <strong>de</strong> jovens que, apesar das inúmeras dificulda<strong>de</strong>s, retomaramos vínculos sociais, estabeleceram novas metas <strong>de</strong> vida e, paralelamente, reduziramou cessaram com o consumo <strong>de</strong> drogas (Ortiz, 2001; Fundação ProjetoTravessia, 2004). Valorizar essas histórias, bem como conhecer sobre os contextosque favoreceram (ou <strong>de</strong>sfavoreceram) o processo <strong>de</strong> mudança, é umimportante aspecto a ser consi<strong>de</strong>rado nos trabalhos preventivos...........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................Relatos dos profissionaissobre resgate da cidadania“ ... porque a gente pensaque as pessoas <strong>de</strong> baixarenda só precisam <strong>de</strong> casa,comida e acabou. E o lazer?Eles são tão consumidoresquanto a gente...” (Natal)“... eu acho que a droga sóvai sair da vida <strong>de</strong>les quandoeles tiverem uma outra vida... tu não tens como trabalhara droga, tens que trabalhara vida, porque a drogaentra nesse contexto... nomomento em que eles percebemoutras possibilida<strong>de</strong>s,eles começam a ver outrasformas <strong>de</strong> prazer que não oobtido através das drogas...”(Porto Alegre)“...eles sonham com muitascoisas boas, pensam emvencer... a gente <strong>de</strong>veriapropor alguma coisa quefizesse esses meninos sonharemcom os pés no chão...com coisas concretas, coisasboas que eles possam visualizar,<strong>de</strong>terminadas situaçõescomo cidadãos mesmo...”(Fortaleza)“... eles já vêm <strong>de</strong> uma exclusãosocial, da família, emtodos os âmbitos... é difíciltrabalhar a inclusão... osdireitos <strong>de</strong>les, que eles possambuscar... fazer que elesacreditsem neles mesmos...”(Macapá)“...se eu estou trabalhandocom população <strong>de</strong> rua, euacho que a gente tem que sea<strong>de</strong>quar à <strong>de</strong>manda <strong>de</strong>les enão forçar o garoto a mudarinstantaneamente <strong>de</strong> vidapara que eu possa atendêlo...”(São Paulo)

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