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A Questão Democrática, 2010. - Instituto de Humanidades

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1 0 6A p a r d i s t o , d i s t i n g u e - s e d a e x p e r i ê n c i a i n g l e s a n o s e n t i d od e q u e a m u d a n ç a p o d e s e r n e g o c i a d a c o m o s s i n d i c a t o s , a o i n v é sd e i m p o s t a , c o m o o c o r r e u c o m M m e . T h a t c h e r .O c h a m a d o A c o r d o d e Wa s s e n a a r , f i r m a d o e m 1 9 8 2 ,e x p r e s s a a c o n c o r d â n c i a d a s T r a d e s c o m e l e v a ç õ e s s a l a r i a i si n f e r i o r e s a o s n í v e i s d e p r o d u t i v i d a d e . A i n f l a ç ã o c h e g o u a 6 , 5 %e m 1 9 8 0 ; 6 , 7 % e m 1 9 8 1 , e 5 , 9 % e m 1 9 8 2 , r e d u z i n d o - s e a 2 , 7 % e m1 9 8 3 , r e s u l t a d o a t r i b u í d o s o b r e t u d o à c o n t r i b u i ç ã o d o s s i n d i c a t o s .A d i c i o n a l m e n t e , a c e i t a r a m a e s t a g n a ç ã o d o s a l á r i o m í n i m o e n t r e1 9 8 2 e 1 9 9 0 , b e m c o m o e n t r e 1 9 9 3 e 1 9 9 6 , d e q u e r e s u l t o u t i v e s s eb a i x a d o d e 6 4 % p a r a 5 1 % d o s a l á r i o m é d i o . A c e i t a r a m f i n a l m e n t e ap o l í t i c a d e c o m b a t e a o d e s e m p r e g o m e d i a n t e e s t í m u l o s a t r a b a l h od e t e m p o p a r c i a l ( q u e e r a t a m b é m u m a a s p i r a ç ã o d e p a r t e d oe m p r e g o f e m i n i n o , i n t e r e s s a d o e m d e d i c a r m a i o r t e m p o à f a m í l i a ) .A o m e s m o t e m p o , o s s i n d i c a t o s o b t i v e r a m r e d u ç ã o d e 5 %d o t e m p o d e t r a b a l h o e a r e d e f i n i ç ã o d o s n í v e i s d e r e m u n e r a ç ã o af i m d e q u e r e f l e t i s s e m a p r i m o r a m e n t o d a f o r m a ç ã o , f e n ô m e n og e n e r a l i z a d o e m s e t o r e s e x i g e n t e s d e r e c i c l a g e m .T e n h a - s e p r e s e n t e q u e o s s i n d i c a t o s h o l a n d e s e s t ê m aa t r i b u i ç ã o d e n e g o c i a r o s c o n t r a t o s c o l e t i v o s d e 8 3 % d o sa s s a l a r i a d o s , s e n d o d e f a t o r e p r e s e n t a t i v o s d a m a s s a t r a b a l h a d o r a ,a o c o n t r á r i o d o q u e o c o r r e e m o u t r o s p a í s e s e u r o p e u s .Ao longo do século XX, o sistema eleitoral holandês favoreceu omultipartidarismo, na medida em que não se cogitou da imposição <strong>de</strong> votação mínima a fim<strong>de</strong> assegurar, às agremiações, o direito à representação. Esse comportamento já se firmaramesmo antes da adoção do sistema proporcional, ocorrida em 1918. Em conseqüência,sempre foi numeroso o número <strong>de</strong> agremiações com assento na Câmara. Entre 1971 e 1972,encontravam-se nessa situação 14 agremiações. A partir do pleito eleitoral <strong>de</strong> 1994,reduziram-se para 12.Essa praxe cimentou a tradição <strong>de</strong> governos <strong>de</strong> coalizão. Ao mesmo tempo, asagremiações que se cre<strong>de</strong>nciaram a impulsionar esse procedimento --isto é, competência dali<strong>de</strong>rança para viabilizar sua concretização-- estavam dotadas <strong>de</strong> estrutura programática quenão tornava impeditiva a busca <strong>de</strong> consenso; ao contrário, facultava esse <strong>de</strong>sfecho.Neste pós-guerra, três agremiações políticas revelaram-se capazes <strong>de</strong> alcançaresse resultado. Cumpre <strong>de</strong>termo-nos na sua caracterização.A mais importante <strong>de</strong> tais organizações correspon<strong>de</strong> àquela que assumiu ahegemonia das agremiações confessionais, <strong>de</strong> que resultou a <strong>de</strong>nominada União CristãDemocrata- CDU.A agremiação em apreço foi amplamente beneficiada por uma dassingularida<strong>de</strong>s da prática política holan<strong>de</strong>sa: a ascendência <strong>de</strong> agremiações confessionaisnesse processo, exercida por dois partidos <strong>de</strong> inspiração protestante (Partido Antirevolucionário;sendo ARP a sigla em holandês; e União Cristã Histórica- CHU) e um <strong>de</strong>inspiração católica (Partido Popular Católico –KVP). Este último revelou-se mais<strong>de</strong>stacado na medida em que participou <strong>de</strong> todos os governos entre 1918 e 1972.O pós-guerra iria trazer significativas alterações tanto no ânimo dos eleitorescomo nos Partidos Católicos. A partir da Itália e da Alemanha, a <strong>de</strong>mocracia cristã firma-se<strong>de</strong>svinculando-se sucessivamente da alta hierarquia da Igreja, bem como atraindo para as

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