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A Questão Democrática, 2010. - Instituto de Humanidades

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5 1<strong>de</strong>senvolvimento endógeno. Essas teorias chegaram a dominar amplamente asociologia contemporânea, abrangendo tanto o marxismo como o funcionalismo.Seu traço essencial consiste em isolar um aspecto da vida social (a economia, apolítica, as organizações, etc.), atribuindo-lhe imanência, continuida<strong>de</strong>,uniformida<strong>de</strong> e acumulação genética. A isto objeta Nisbet: "o que existe comofato empírico concreto é simplesmente o comportamento dos seres humanos comos seus diversos atributos procriativos. Segundo, este comportamento não se dána terra intemporal dos sistemas universais, mas em lugares e áreas concretas e<strong>de</strong>finidas."São os seguintes os argumentos mobilizados por Nisbet contra a teoriado <strong>de</strong>senvolvimento endógeno:1º) o que caracteriza o comportamento humano é a permanência, afixi<strong>de</strong>z e a inércia, todo comportamento humano ten<strong>de</strong> a ser fixo no seu gênero,até que condições peculiares gerem a mudança;2º) ao contrário do que supõe a sociologia contemporânea, a fonte damudança raramente vem <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro da unida<strong>de</strong> ou entida<strong>de</strong>;3º) a mudança social não manifesta continuida<strong>de</strong> genética; essasuposição consiste numa ficção através da qual se preten<strong>de</strong> impor uma espécie <strong>de</strong>or<strong>de</strong>m intelectual sobre o passado, que não autoriza nenhuma previsão científicacausal;4º) não existe processo <strong>de</strong> mudança autônomo inerente aos sistemassociais; se tal se <strong>de</strong>sse, culturas isoladas revelariam claras manifestações <strong>de</strong>mudanças significativas, o que não ocorre;6º) o estudo da mudança social é inseparável dos eventos históricos.NOTAS(1) Para evitar maior distanciamento do tema a que me proponho, vouater-me a esse enunciado esquemático remetendo o leitor interessado no seuaprofundament6o ao livro que <strong>de</strong>diquei ao assunto (Fundamentos da moralmo<strong>de</strong>rna, Curitiba, Ed. Universitária Champagnat, 1994).(2) Em 1901, Sheebohn Rowntree, no livro Poverty: a Study of TownLife, dava conta das pesquisas que <strong>de</strong>senvolveu no sentido <strong>de</strong> quantificar a quevalores correspon<strong>de</strong>ria o conceito <strong>de</strong> "mínimo necessário para a sobrevivência",com o que se inicia o conhecimento exato da evolução dos padrões <strong>de</strong> vida nospaíses <strong>de</strong>senvolvidos.(3) É interessante registrar que entre as obras editadas por PeterBerger consta a seguinte: The Capitalist Spirit. Toward a Religious Ethic ofWealth Creation (San Francisco, ICS Press, 1990).(4) Lutero respon<strong>de</strong>u-lhe prontamente com a obra De Servi Arbitrio(1525).(Transcrito <strong>de</strong> Revista Brasileira, Fase VII, Ano VI, nº 22;janeiro/março, 2000).

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