2De acordo com o IBAMA, a indústria brasileira produziu 166.310 milhões <strong>de</strong> m 3 <strong>de</strong>ma<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> reflorestamento ou nativa no ano <strong>de</strong> 2000 (IBAMA, 2002), estimando-se quepelo menos a meta<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse volume, cerca <strong>de</strong> 80 milhões <strong>de</strong> m 3 <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira foitransforma<strong>da</strong> em resíduos.Apesar <strong>de</strong> haver esforços <strong>para</strong> a reciclagem <strong>de</strong>stas sobras principalmente na forma<strong>de</strong> lenha, queima<strong>da</strong> <strong>para</strong> a geração <strong>de</strong> energia elétrica e calor, ou como a cama-<strong>de</strong>galinhanas granjas, estas soluções agregam baixo valor ao resíduo. Se por um lado têmseo uso nobre <strong>da</strong> ma<strong>de</strong>ira <strong>para</strong> produtos <strong>de</strong> consumo tais como habitações, móveis,peças e equipamentos com gran<strong>de</strong> utili<strong>da</strong><strong>de</strong> e valor estético, por outro tem-se as sobrasservindo como produto <strong>de</strong> baixo valor. Muitas vezes parte <strong>da</strong> mesma ma<strong>de</strong>ira que se fazum móvel <strong>de</strong> luxo vira briquete <strong>para</strong> incineração, quando não é <strong>de</strong>scartado em aterros ouno meio-ambiente. O problema atinge um nível <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> preocupação quando se refereà gran<strong>de</strong> exploração dos recursos ma<strong>de</strong>ireiros principalmente <strong>da</strong>s florestas nativas,significando gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>vastação <strong>de</strong> florestas, assim como impactando negativamente nomeio biótico e antrópico, além <strong>de</strong> contribuir com problemas <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m global, como oaumento do efeito estufa ou o <strong>de</strong>saparecimento <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> global.Essa situação permite levantar as seguintes questões:A. Como um material cujo uso é consi<strong>de</strong>rado tão nobre po<strong>de</strong> ter mais <strong>da</strong> meta<strong>de</strong><strong>de</strong> seu volume subutilizado ou <strong>de</strong>scartado?B. Por que as sobras <strong>de</strong>sta matéria-prima não po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s <strong>de</strong> altovalor, apenas por se apresentar fisicamente diferente do estado <strong>de</strong> antes dobeneficiamento, visto que é o mesmo material?C. Existem caminhos ou alternativas que permitam a valorização <strong>de</strong>ste resíduo?A necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> estudos referentes a processos <strong>de</strong> produção, materiais e produtoseco-eficientes e eco-compatíveis torna-se, portanto, ca<strong>da</strong> vez mais importante. Uma saí<strong>da</strong>é a aplicação dos princípios <strong>da</strong>s tecnologias limpas, o que inclui os conceitos <strong>da</strong> <strong>Ecologia</strong><strong>Industrial</strong>, na busca <strong>de</strong>stas metas. Através <strong>de</strong>stes conceitos po<strong>de</strong>mos agregar valor aresíduos do setor produtivo ma<strong>de</strong>ireiro, transformando-os em novos materiais quepermitem novos produtos ecologicamente corretos e eficientes, contribuindo assim <strong>para</strong> adiminuição <strong>da</strong> pressão exerci<strong>da</strong> aos recursos naturais pelo consumo e tambémdiminuindo o <strong>de</strong>scarte indiscriminado e a disposição prejudicial <strong>de</strong> resíduos no meioambiente,além <strong>de</strong> oferecer boas alternativas às matérias primas convencionais.PEREIRA et al, (2002).afirmam que
3[...] a utilização <strong>de</strong> resíduo industrial <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira na transformação <strong>de</strong>produtos, seja sob a forma <strong>de</strong> utilitários ou <strong>de</strong>corativos, é uma gran<strong>de</strong>resposta ao meio ambiente. Além <strong>de</strong> gerar outros produtos <strong>de</strong> utilizaçãocom maior valor agregado, essa atitu<strong>de</strong> traz outros benefícios, pois àmedi<strong>da</strong> que se utiliza melhor as árvores corta<strong>da</strong>s ou dá-se um melhoraproveitamento <strong>para</strong> os resíduos em ma<strong>de</strong>ira, contribui-se <strong>para</strong> diminuir apressão sobre o <strong>de</strong>smatamento, promovendo-se o equilíbrio ecológico ereduzindo-se a poluição [...]Um material <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser resíduo pela sua valorização como matéria prima, <strong>para</strong> aobtenção <strong>de</strong> novos produtos. Neste caso, o resíduo passa a ser tratado como subprodutodo processo produtivo (VALLE, 1995 apud SAVASTRANO Jr, 2000). Do ponto <strong>de</strong> vista doprodutor, esta po<strong>de</strong> ser uma excelente oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> negócio, pois estará produzindoprodutos a custos muito mais baixos, já que estará utilizando como matéria prima algoque era visto como <strong>de</strong>scartável, além <strong>de</strong> usar <strong>de</strong> maneira quase completa to<strong>da</strong> ma<strong>de</strong>iradisponível, já que esta é uma matéria prima consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> nobre.A presente pesquisa fun<strong>da</strong>mentou-se nas duas questões acima relaciona<strong>da</strong>s: aexistência do <strong>de</strong>sperdício <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira na forma <strong>de</strong> resíduos industriais e à possibili<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> reaproveitamento <strong>de</strong>stes resíduos aplicando os princípios <strong>da</strong> <strong>Ecologia</strong> <strong>Industrial</strong>.PROBLEMATIZAÇÃOO processo <strong>de</strong> produção <strong>da</strong>s indústrias beneficiadoras <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira é feito em etapasbastante distintas: primeiramente suas toras são envia<strong>da</strong>s <strong>para</strong> a indústria <strong>para</strong> atransformação em bens <strong>de</strong> consumo. Depois, uma parte <strong>de</strong>ste volume sofre umtratamento visando sua preservação contra fungos e insetos xilófagos. O restante nãosofre tratamento, sendo usa<strong>da</strong> industrialmente in-natura. No primeiro caso é usado oconservante CCA (arseniato <strong>de</strong> cobre cromatado), composto formulado a base dos metaispesados cobre (Cu), cromo (Cr) e arsênio (As), que têm alto po<strong>de</strong>r tóxico.A maior parte do resíduo <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira gerado pela indústria ma<strong>de</strong>ireira vem <strong>da</strong>ma<strong>de</strong>ira não trata<strong>da</strong>. É <strong>de</strong>corrente do beneficiamento dos troncos e posterior uso <strong>de</strong>peças comerciais já corta<strong>da</strong>s, quando tal material é serrado, furado, entalhado,aparelhado, lixado, entre outros processos, gerando assim a serragem (maravalha e pó<strong>de</strong> serra), as costaneiras, as pontas <strong>de</strong> peças. O resíduo <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira trata<strong>da</strong> é similar ao<strong>da</strong> ma<strong>de</strong>ira não trata<strong>da</strong> acrescentado do produto preservante CCA.
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