13.07.2015 Views

O Mundo de Sofia - Filosofar Sempre!!!!

O Mundo de Sofia - Filosofar Sempre!!!!

O Mundo de Sofia - Filosofar Sempre!!!!

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

165sermos felizes, segundo ele.- Mas nós não somos apenas governados pelas leis da natureza, pois não?- Bom, Espinosa não é fácil <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r, <strong>Sofia</strong>.Ainda tens presente que Descartes achava que a realida<strong>de</strong> era constituída por duassubstâncias claramente separadas uma da outra, o pensamento e a extensão.- Como é que eu po<strong>de</strong>ria ter esquecido isso?- A palavra "substância" po<strong>de</strong> ser traduzida aproximadamente do seguinte modo:aquilo em que uma coisa consiste, o que é no fundo, ou a que po<strong>de</strong> ser reduzida. Tudo é oupensamento ou extensão, segundo ele.- Não era preciso repetir.- Mas Espinosa não aceitou esta separação. Ele acreditava que havia uma únicasubstância. Tudo o que existe po<strong>de</strong> ter origem na mesma coisa, segundo ele. E <strong>de</strong>signou-asimplesmente por “substância”.Noutras passagens chama-lhe "Deus" ou "natureza". Portanto, Espinosa não temuma concepção dualista da realida<strong>de</strong> como Descartes. Dizemos que é “monista”. Significaque, segundo ele, toda a realida<strong>de</strong> se reduz a uma única substância.- Dificilmente po<strong>de</strong>riam estar menos <strong>de</strong> acordo um com o outro.- Mas a diferença entre Descartes e Espinosa não é tão profunda como se dizmuitas vezes. Descartes também aponta para o fato <strong>de</strong> só Deus existir por si mesmo. Sóquando Espinosa põe no mesmo plano Deus e a natureza - ou Deus e a Criação – é que seafasta consi<strong>de</strong>ravelmente <strong>de</strong> Descartes e também da concepção hebraica e cristã.- Porque aí, a natureza “é” Deus, e basta.- Mas quando Espinosa usa o termo "natureza", não está apenas a pensar nanatureza extensa. Como substância, Deus ou a natureza, enten<strong>de</strong> tudo o que existe,incluindo tudo o que é espiritual.- Então, tanto pensamento como extensão.- Tal qual! Segundo Espinosa, nós homens conhecemos duas das qualida<strong>de</strong>s oumanifestações <strong>de</strong> Deus. Espinosa <strong>de</strong>signa estas qualida<strong>de</strong>s por “atributos” <strong>de</strong> Deus, e estesdois atributos são justamente o pensamento e a extensão <strong>de</strong> Descartes. Deus, ou a natureza,surge, portanto, ou como pensamento ou como uma coisa no espaço. É possível que Deuspossua ainda outras qualida<strong>de</strong>s além do pensamento e da extensão, mas os homensconhecem apenas estes dois atributos.- Sim, mas ele exprime-se <strong>de</strong> um modo bastante complicado.- Sim, quase precisamos <strong>de</strong> martelo e cinzel para penetrarmos na linguagem <strong>de</strong>Espinosa. Po<strong>de</strong>mos consolar-nos ao encontrar no fim uma idéia que é tão cristalina comoum diamante.- Estou à espera.-Tudo o que há na natureza, é ou pensamento ou extensão. Os fenômenosparticulares, com que <strong>de</strong>paramos na vida quotidiana - por exemplo, uma flor ou um poema<strong>de</strong> “Henrik Wergeland” (“) -, são diversos “modi” dos atributos pensamento e extensão.Com “modus” plural "modi" -enten<strong>de</strong>mos um <strong>de</strong>terminado modo no qual a substância,Deus ou a natureza, se manifestam. Uma flor é um modo do atributo extensão, e um poemasobre a mesma flor um modo do atributo pensamento. Mas no fundo, ambos são expressãoda mesma coisa: a substância, Deus ou a natureza....................(“) Henrik WERGELAND (1808-1845) - Poeta norueguês, <strong>de</strong>fensor <strong>de</strong> uma culturaespecificamente norueguesa foi um dos fundadores da literatura do seu país. ...............

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!