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O Mundo de Sofia - Filosofar Sempre!!!!

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265proletários submetem a burguesia pela força. A esta fase <strong>de</strong> transição chamava Marx“ditadura do proletariado”. Em seguida a ditadura do proletariado era substituída por umasocieda<strong>de</strong> sem classes, o “comunismo”. E seria uma socieda<strong>de</strong> em que os meios <strong>de</strong>produção pertencem "a todos" – ou seja, ao povo. Nessa socieda<strong>de</strong> cada um trabalharia"segundo a sua capacida<strong>de</strong>" e "receberia <strong>de</strong> acordo com as suas necessida<strong>de</strong>s". O trabalhopertenceria ao povo e por isso <strong>de</strong>ixaria <strong>de</strong> haver alienação.- Isso soa muito bem, mas o que se passou <strong>de</strong> fato? Deu-se a revolução?- Sim e não. Hoje, os economistas po<strong>de</strong>m provar que Marx errou em vários pontosimportantes, inclusivamente na sua análise das crises do capitalismo. Marx também nãoteve em conta a exploração da natureza que hoje é cada vez mais perigosa. Mas – porque háum gran<strong>de</strong> mas...- Sim?- O marxismo levou a gran<strong>de</strong>s transformações. Não há dúvida <strong>de</strong> que o socialismo,que se baseia em Marx na sua luta por justiça social, mesmo que não o siga em tudo erecuse, por exemplo, a ditadura do proletariado, conseguiu vencer na luta por umasocieda<strong>de</strong> mais humana. Sem dúvida vivemos hoje na Europa numa socieda<strong>de</strong> mais justa esolidária do que no tempo <strong>de</strong> Marx. E <strong>de</strong>vemo-lo também a todo o movimento “socialista”.- Podias explicar mais exatamente o que é o movimento socialista?-Depois <strong>de</strong> Marx, esse movimento dividiu-se em duas correntes principais: <strong>de</strong> umlado a “social-<strong>de</strong>mocracia”, <strong>de</strong> outro o “leninismo”. A social-<strong>de</strong>mocracia, que queria seguiruma via progressiva e pacífica para uma organização mais justa, tornou-se dominante naEuropa oci<strong>de</strong>ntal. Po<strong>de</strong>mos dizer que esta via consiste numa revolução lenta. O leninismo,que continuava a acreditar que apenas a revolução podia combater a antiga socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>classes, foi importante para a Europa <strong>de</strong> este, Ásia e África. Cada um <strong>de</strong>stes movimentos, àsua maneira, lutou contra a miséria e a opressão.- Mas não se criou uma nova forma <strong>de</strong> opressão? Por exemplo, na União Soviéticae na Europa <strong>de</strong> Leste?- Sem dúvida. E aqui vemos novamente que tudo aquilo em que o homem toca setorna uma mistura <strong>de</strong> bem e <strong>de</strong> mal.Seria errado responsabilizar Marx pelos erros e pelos aspectos negativos dos paísessocialistas cento e cinqüenta anos após a sua morte. O que se po<strong>de</strong> dizer é que ele refletiupouco sobre o fato <strong>de</strong> que mesmo o comunismo, se viesse a existir, não seria levado a cabosem os homens – e os homens cometem erros. Por isso, acho difícil imaginar um paraíso naterra. Os homens arranjarão sempre novos problemas.- Claro.-E com isto, terminamos com Marx.- Um momento! Não disseste que apenas há justiça entre iguais?- Não, foi Scrooge que disse isso.- Como é que sabes que ele disse isso?- Bom, nós dois temos o mesmo escritor. Deste modo, estamos muito maisestreitamente ligados do que possa parecer a uma observação superficial.- Maldita ironia!- Dupla, <strong>Sofia</strong>, foi uma ironia dupla.-Mas voltemos a essa questão da injustiça. Disseste que, para Marx, o capitalismoera uma socieda<strong>de</strong> injusta. Como <strong>de</strong>finirias uma socieda<strong>de</strong> justa?- Um filósofo moral <strong>de</strong> inspiração marxista, “John Rawls”, tentou dar uma<strong>de</strong>finição, servindo-se <strong>de</strong>ste exemplo: imagina que eras membro <strong>de</strong> um conselho supremo

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