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O Mundo de Sofia - Filosofar Sempre!!!!

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244- Sinto um calafrio nas costas.- Certo dia, a mãe irrita-se por a filha ser sempre tão obediente e grita enervada:"Não sejas tão obediente!", e a filha respon<strong>de</strong>: "Sim, Mamãe!"- Nesse caso, eu dava-lhe uma bofetada.- É, não é? Mas o que farias se ela tivesse respondido: "Não, eu quero serobediente".- Seria uma resposta estranha. Talvez lhe <strong>de</strong>sse à mesma uma bofetada.- Por outras palavras, estamos num impasse. A tensão dialética agravou-se tantoque tem <strong>de</strong> haver uma mudança.- Referes-te à bofetada?- Temos <strong>de</strong> mencionar ainda um último aspecto da filosofia <strong>de</strong> Hegel.- Sou toda ouvidos.- Lembras-te que Caracterizamos os românticos como individualistas?- O caminho misterioso conduz ao interior.- Justamente este individualismo encontrava na filosofia <strong>de</strong> Hegel a sua "negação".Hegel dava um gran<strong>de</strong> peso àquilo a que chamava "po<strong>de</strong>res objetivos", isto é, a família e oEstado. Po<strong>de</strong>s dizer que Hegel não per<strong>de</strong>u o indivíduo <strong>de</strong> vista; apenas o via principalmentecomo um elemento orgânico da comunida<strong>de</strong>. A razão, ou o espírito, são visíveisprincipalmente na colaboração entre homens, segundo Hegel.- Explica-te!- A razão manifesta-se principalmente na língua. E a língua é algo no qualnascemos. A língua norueguesa passa bem sem o senhor Hansen, mas o senhor Hansen nãopo<strong>de</strong> viver sem a língua norueguesa. Não é o indivíduo que forma a língua, mas a línguaque forma o indivíduo.-Sim, po<strong>de</strong>s dizer isso.- Assim como o indivíduo nasce numa língua, também nasce no seu contextohistórico. E ninguém tem uma relação "livre" com esse contexto. Quem não encontra o seulugar no Estado é uma pessoa anti-histórica. Talvez te lembres ainda que esta idéia tambémera importante para os gran<strong>de</strong>s filósofos <strong>de</strong> Atenas. O Estado é tão inconcebível semcidadãos como os cidadãos sem o Estado.- Compreendo.- Para Hegel, o Estado é "mais" do que o cidadão individual. E é mais do que asoma <strong>de</strong> todos os cidadãos. Hegel acha impossível que alguém se <strong>de</strong>speça, por assim dizer,da socieda<strong>de</strong>. Quem encolhe os ombros em relação à socieda<strong>de</strong> em que vive e prefere"encontrar-se a si mesmo" é, segundo ele, um louco.-Não sei se estou <strong>de</strong> acordo, mas está bem.- Para Hegel, não é o indivíduo que se encontra a si mesmo, mas o espírito.- O espírito encontra-se a si mesmo?- Hegel tentou mostrar que o espírito regressa a si em três estádios, ou seja, tornaseconsciente <strong>de</strong> si mesmo em três estádios.- Continua!- Em primeiro lugar, o espírito toma consciência <strong>de</strong> si no indivíduo, o que Hegel<strong>de</strong>signa “espírito subjetivo”.O espírito atinge uma consciência mais elevada <strong>de</strong> si na família, na socieda<strong>de</strong>, e noEstado, que Hegel <strong>de</strong>signa por “espírito objetivo”, porque é uma razão que se manifesta nainteração entre os homens. Mas há ainda um terceiro estádio...- Estou ansiosa.

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