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O Mundo de Sofia - Filosofar Sempre!!!!

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178daquelas que obtemos por meio da nossa reflexão sobre a vida quotidiana.- Até agora isso parece aliciante. Podias dar exemplos?- Na época <strong>de</strong> Hume, estava muito difundida a idéia <strong>de</strong> que existem anjos. Poranjo, enten<strong>de</strong>mos uma figura humana com asas. Alguma vez viste um ser <strong>de</strong>sses, <strong>Sofia</strong>?-Não.- Mas já viste uma figura humana?- Que pergunta tão boba.- E também já viste asas?- Claro, mas nunca num homem.- Segundo Hume, os "anjos" são uma idéia complexa.Esta idéia é constituída por duas experiências diferentes que não estão juntas narealida<strong>de</strong>, mas foram ligadas na fantasia humana. Por outras palavras, a idéia é falsa e <strong>de</strong>veser rejeitada. Do mesmo modo, temos <strong>de</strong> fazer uma arrumação em todos os nossospensamentos e idéias. Tal como Hume afirmou: "Pegando ao acaso em qualquer volumeacerca <strong>de</strong> teologia ou filosofia da escola, <strong>de</strong>vemos perguntar: Contém algum raciocínioabstrato acerca da gran<strong>de</strong>za ou dos números? Não. Contém algum raciocínio sobre fatos esobre a realida<strong>de</strong> baseado na experiência? Não.Então, lançai-o à fogueira porque só contém ilusão e aparência."- Bastante drástico.- Mas há o mundo, <strong>Sofia</strong>.Mais fresco e nítido nos seus contornos do que anteriormente. Hume queriaregressar ao modo como uma criança vê o mundo - antes <strong>de</strong> idéias e reflexões ocuparemespaço na mente. Não disseste que muitos filósofos, dos quais ouviste falar, vivem no seupróprio mundo e que o mundo real te interessa mais?-Sim, mais ou menos isso. - Hume po<strong>de</strong>ria ter dito exatamente o mesmo. Masobservemos mais exatamente o seu raciocínio.- Estou a ouvir.- Hume verifica em primeiro lugar que o homem possui por um lado “impressões”,e por outro “idéias”. Por impressão, ele enten<strong>de</strong> a sensação imediata da realida<strong>de</strong> exterior.Por idéia ele enten<strong>de</strong> a recordação <strong>de</strong>ssa sensação.- Exemplos, por favor.- Se te queimas num fogão quente, tens uma impressão imediata. Mais tar<strong>de</strong>, po<strong>de</strong>srecordar que te queimaste. É a isso que Hume chama idéia.A diferença é que a impressão é mais forte e viva do que a recordação posterior daimpressão. Po<strong>de</strong>s dizer que a impressão sensível é o original e a idéia ou recordação a cópiapálida. Porque, afinal, a impressão é a causa direta da idéia que é conservada na mente.- Até agora estou a acompanhar bem.- Mais adiante, Hume sublinha que tanto uma impressão como uma idéia po<strong>de</strong>mser ou “simples ou complexas”. Ainda te lembras que em Locke falamos <strong>de</strong> uma maçã. Aexperiência imediata <strong>de</strong> uma maçã é também uma impressão complexa.Assim, a idéia <strong>de</strong> uma maçã é também uma idéia complexa.- Desculpa a interrupção, mas isso é muito importante?- Se é! Apesar <strong>de</strong> os filósofos se terem preocupado com uma série <strong>de</strong> problemasaparentes, não po<strong>de</strong>s agora <strong>de</strong>sistir quando se trata <strong>de</strong> construir um raciocínio. Hume teriacertamente dado razão a Descartes quanto à importância <strong>de</strong> se construir um raciocínio apartir da base.-Para Hume, a questão é que, por vezes, po<strong>de</strong>mos juntar coisas sem que exista um

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