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O Mundo de Sofia - Filosofar Sempre!!!!

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43Cumprimentos cordiais,Albert Knox”.<strong>Sofia</strong> já tinha catorze anos, e já recebera várias cartas durante a sua breveexistência, pelo menos no Natal ou nos aniversários.Mas esta era a carta mais estranha que alguma vez recebera.Não trazia selo. Nem sequer tinha estado na caixa do correio. Esta carta fora<strong>de</strong>positada diretamente no escon<strong>de</strong>rijo supersecreto <strong>de</strong> <strong>Sofia</strong>, junto à antiga sebe.Também era estranho que a carta se tivesse molhado, estando um tempo primaverilseco. Mas o mais estranho era, obviamente, o lenço <strong>de</strong> seda. O professor <strong>de</strong> filosofia tinhamais uma aluna. Está bem! E esta outra aluna tinha perdido um lenço <strong>de</strong> seda vermelho.Está bem! Mas como é que conseguira per<strong>de</strong>r o lenço <strong>de</strong>baixo da cama <strong>de</strong> <strong>Sofia</strong>?E Alberto Knox... que nome tão esquisito!De qualquer forma, esta carta provara que havia uma relação entre o professor <strong>de</strong>filosofia e Hil<strong>de</strong> Mõller Knag. Mas que o pai <strong>de</strong> Hil<strong>de</strong> confundisse as moradas, eracompletamente incompreensível. <strong>Sofia</strong> ficou muito tempo sentada, questionando-se sobreque relação po<strong>de</strong>ria haver entre ela própria e Hil<strong>de</strong>. Por fim, suspirou, resignada. Oprofessor <strong>de</strong> filosofia dissera que se encontrariam um dia. Iria ela, nessa altura, conhecertambém Hil<strong>de</strong>? Virou a folha. Descobriu então que havia algumas frases no verso.“Existe um pudor natural?A pessoa mais sábia é aquela que sabe que não sabe. O verda<strong>de</strong>iro conhecimentovem <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro.Quem sabe o que é correto, age corretamente.”.<strong>Sofia</strong> já sabia que as frases curtas dos envelopes brancos a iriam preparar para oconteúdo do envelope gran<strong>de</strong> que, entretanto, receberia em seguida. E nesse momento, teveuma idéia: se o "mensageiro" lhe levava para a toca o envelope amarelo, <strong>Sofia</strong> podiaesperar por ele. Ou por ela? De qualquer modo, havia <strong>de</strong> agarrar a pessoa em questão atéque lhe contasse mais qualquer coisa a respeito do filósofo! Na carta estava escrito que omensageiro era pequeno. Tratar-se-ia <strong>de</strong> uma criança?"Existe um pudor natural?"<strong>Sofia</strong> sabia que "pudor" era uma palavra antiquada para <strong>de</strong>signar certas inibições -por exemplo, <strong>de</strong>ixar-se ver nu. Mas seria realmente natural ter pudor em relação a isso? Sernatural equivalia a dizer que era válido para todos os homens. Mas em muitos países domundo era natural estar nu!Seria a “socieda<strong>de</strong>” a estabelecer o que era permitido e o que não era? Quando aavó era jovem, era completamente impossível tomar banhos <strong>de</strong> sol em “topless”. Mas hojeem dia, a maior parte das pessoas achava isso "natural", apesar <strong>de</strong> ser totalmente proibidoem muitos países. <strong>Sofia</strong> coçou a cabeça.Seria isto filosofia?Depois podia ler-se: "A pessoa mais sábia é a que sabe que não sabe".Mais sábia que quem? Se o filósofo queria dizer com isso que uma pessoa quesabia que não sabia tudo era mais sábia do que uma que sabia pouco e que pensava quesabia muito - sim, nesse caso não era muito difícil partilhar a sua opinião. <strong>Sofia</strong> nunca tinhapensado nisso. Mas quanto mais pensava, mais claro lhe parecia que, no fundo, saber quenão se sabe é uma espécie <strong>de</strong> saber. Ela não conseguia imaginar nada mais estúpido do quepessoas que <strong>de</strong>fendiam opiniões que julgavam irrefutáveis, quando, na realida<strong>de</strong>, nada

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