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O Mundo de Sofia - Filosofar Sempre!!!!

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215Descartes.Estavam em <strong>de</strong>bate duas possibilida<strong>de</strong>s: o mundo é exatamente como opercebemos - ou como a nossa razão o representa?-E o que achava Kant?- Kant achava que tanto as sensações como a razão tinham um papel importante nonosso conhecimento do mundo. Ele <strong>de</strong>fendia que os racionalistas davam <strong>de</strong>masiadaimportância à razão e que os empiristas <strong>de</strong>fendiam <strong>de</strong> forma parcial a experiência sensível.- Se não me <strong>de</strong>res imediatamente um bom exemplo, fica tudo no ar.- Kant está <strong>de</strong> acordo com Hume e com os empiristas ao <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r que <strong>de</strong>vemostodos os nossos conhecimentos às sensações. Mas - e nisto concorda com os racionalistas –na nossa razão também há condições importantes para o modo como compreen<strong>de</strong>mos omundo à nossa volta. Por conseguinte, há certas condições em nós mesmos que contribuempara a nossa concepção do mundo.-E isso é que é um exemplo?- Vamos antes fazer uma pequena experiência. Po<strong>de</strong>s trazer os óculos daquelamesa?Isso. Agora, põe-os.<strong>Sofia</strong> pôs os óculos. Tudo o que estava à sua volta se tornou vermelho. As coresclaras ficaram vermelho claro, as escuras vermelho escuro.- O que é que vês?-Vejo exatamente o mesmo que antes, mas agora é tudo vermelho.- Isso se <strong>de</strong>ve ao fato <strong>de</strong> as lentes <strong>de</strong>terminarem o modo como vês a realida<strong>de</strong>.Tudo o que vês é uma parte <strong>de</strong> um mundo exterior a ti mesma; mas o modo como a vês estárelacionado com as lentes. Não po<strong>de</strong>s dizer que o mundo é vermelho, mesmo que te pareçavermelho.- Não, claro que não...- Se tu andasses agora pelo bosque - ou se estivesses em casa na Curva do Capitão-, verias tudo aquilo que sempre viste. Mas tudo o que visses seria vermelho.-Des<strong>de</strong> que eu não tirasse os óculos, sim.- Os óculos são a condição do modo como vês o mundo. E do mesmo modo,segundo Kant, também existem condições na nossa razão que influenciam todas as nossasexperiências.- De que condições é que estamos a falar?- Tudo o que vemos, é visto primeiro como fenômeno no tempo e no espaço.Segundo Kant, o tempo e o espaço eram as duas "formas da intuição" do homem. E elesublinha que estas duas formas na nossa consciência são anteriores a qualquer experiência.Isso significa que po<strong>de</strong>mos saber, antes <strong>de</strong> percebermos alguma coisa, que a vamos vercomo fenômeno no tempo e no espaço.Não conseguimos, por assim dizer, tirar os óculos da razão.- Então ele consi<strong>de</strong>rava que compreen<strong>de</strong>r as coisas no tempo e no espaço era umaproprieda<strong>de</strong> inata em nós.- De certo modo, sim. O que vemos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> ainda <strong>de</strong> termos crescido na Índia ouna Groelândia. Mas em toda a parte a nossa experiência do mundo é <strong>de</strong> uma coisa no tempoe no espaço, e sabemo-lo antecipadamente.- Mas o tempo e o espaço não existem fora <strong>de</strong> nós?- Não. Kant explica que o tempo e o espaço pertencem à própria condição humana.Tempo e espaço são principalmente proprieda<strong>de</strong>s da nossa consciência e não proprieda<strong>de</strong>s

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