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O Mundo de Sofia - Filosofar Sempre!!!!

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verda<strong>de</strong>ira característica da natureza. Po<strong>de</strong>mos dizer que Heráclito confiava mais nasimpressões dos sentidos do que Parmêni<strong>de</strong>s."Tudo flui", segundo Heráclito. Tudo está em movimento, e nada duraeternamente. Por isso, não po<strong>de</strong>mos "entrar duas vezes no mesmo rio". Porque quandoentro no rio pela segunda vez, tanto eu como o rio estamos mudados.Heráclito explicou, também, que o mundo é caracterizado por contráriosconstantes. Se nunca estivéssemos doentes, não compreen<strong>de</strong>ríamos o que é a saú<strong>de</strong>. Senunca tivéssemos fome, não gostaríamos <strong>de</strong> comer. Se nunca houvesse guerra, nãosaberíamos apreciar a paz, e se nunca fosse Inverno, não saberíamos quando chega aPrimavera.Tanto o bem como o mal ocupam um lugar necessário no todo, dizia Heráclito.Sem o jogo permanente entre contrários, o mundo terminaria."Deus é o dia e a noite, o Inverno e o Verão, a guerra e a paz, a sacieda<strong>de</strong> e afome", dizia. Ele utiliza aqui a palavra "Deus", mas não se refere aos <strong>de</strong>uses <strong>de</strong> que falamos mitos. Segundo Heráclito, Deus - ou o divino - é algo que abrange tudo.Sim, Deus está patente justamente na natureza, que é contraditória e está emtransformação constante.Em vez do termo "Deus", Heráclito usa freqüentemente a palavra grega “logos”,que significa razão. Mesmo que nós, homens, não pensemos sempre <strong>de</strong> modo igual ou nãotenhamos o mesmo bom-senso, tem <strong>de</strong> haver uma espécie <strong>de</strong> "razão universal", quegoverne tudo o que acontece na natureza. Esta razão universal - ou "lei universal" – écomum a todos, e todos os homens se <strong>de</strong>vem orientar por ela. No entanto, a maior parte<strong>de</strong>les vive segundo a sua própria razão particular, segundo Heráclito. Com efeito, ele nãotinha uma idéia muito positiva do seu próximo. As opiniões da maior parte dos homenseram, para ele, "brinquedos <strong>de</strong> crianças".Em todas as transformações e contradições da natureza, Heráclito via uma unida<strong>de</strong>ou totalida<strong>de</strong>. Aquilo que está na origem <strong>de</strong> tudo, era <strong>de</strong>signado por ele "Deus", ou “logos”.Quatro elementos principais Parmêni<strong>de</strong>s e Heráclito tinham, sob um certo ponto <strong>de</strong>vista, concepções opostas. A razão <strong>de</strong> Parmêni<strong>de</strong>s <strong>de</strong>fendia que nada se po<strong>de</strong> alterar.Mas asexperiências dos sentidos <strong>de</strong> Heráclito <strong>de</strong>fendiam que, na natureza, se dão constantementetransformações.Qual dos dois tinha razão? Devemos confiar na razão, ou nos sentidos? TantoParmêni<strong>de</strong>s como Heráclito fazem duas afirmações respectivamente:Parmêni<strong>de</strong>s afirma que:a) nada se po<strong>de</strong> transformar e que:b) conseqüentemente as impressões dos sentidos não po<strong>de</strong>m ser dignas <strong>de</strong>confiança.Heráclito, por seu lado, afirma que:a) tudo se transforma ("tudo flui") e que:b) as impressões dos sentidos são dignas <strong>de</strong> confiança.27

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