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O Mundo de Sofia - Filosofar Sempre!!!!

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moldados a partir da mesma forma.Se fosse esse o caso, Platão tinha, <strong>de</strong> fato, colocado uma questão complexa.Terá o homem uma alma imortal? <strong>Sofia</strong> não se sentiu capaz <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r a essapergunta. Sabia apenas que um cadáver era cremado ou enterrado, e que <strong>de</strong>pois nada maislhe acontecia. Se o homem tivesse uma alma imortal, teria que ser constituído por duaspartes diferentes: um corpo que se <strong>de</strong>compõe passado algum tempo - e uma alma que agemais ou menos in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente dos processos do corpo. A sua avó dissera uma vez que,para ela, era como se apenas o corpo envelhecesse. Interiormente, tinha permanecidosempre jovem.A questão da "jovem" levou <strong>Sofia</strong> à última pergunta. Os homens e as mulheres sãoigualmente racionais? Neste ponto, não tinha <strong>de</strong> todo a certeza. Dependia do que Platãoentendia por "racional".Subitamente, lembrou-se daquilo que o seu professor <strong>de</strong> filosofia dissera acerca <strong>de</strong>Sócrates. Sócrates explicara que todos os seres humanos podiam compreen<strong>de</strong>r verda<strong>de</strong>sfilosóficas, se usassem a razão. Ele acreditava também que um escravo podia resolverquestões filosóficas com a mesma facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um aristocrata. <strong>Sofia</strong> estava convencida <strong>de</strong>que ele também teria dito que as mulheres e os homens eram igualmente racionais.E estando sentada, absorta nas suas reflexões, apercebeu-se subitamente <strong>de</strong> umbarulho na sebe e ouviu qualquer coisa a ofegar e a arfar como se <strong>de</strong> uma máquina a vaporse tratasse. Pouco <strong>de</strong>pois, o cão amarelo infiltrou-se na toca. Trazia um gran<strong>de</strong> envelope naboca.-Hermes! – exclamou <strong>Sofia</strong>. - Muito obrigada!O cão <strong>de</strong>ixou cair o envelope no regaço <strong>de</strong> <strong>Sofia</strong>; ela esten<strong>de</strong>u a mão e afagou-o nopescoço.- O Hermes é um cão valente - dizia. O cão <strong>de</strong>itou-se e <strong>de</strong>ixou-se acariciar por<strong>Sofia</strong>. Passados alguns minutos, levantou-se e, passando com dificulda<strong>de</strong> pela sebe,regressou pelo caminho por on<strong>de</strong> viera. <strong>Sofia</strong> seguiu-o com o envelope na mão. Rastejoupela <strong>de</strong>nsa sebe e pouco <strong>de</strong>pois estava fora do jardim.Hermes correu para o bosque e <strong>Sofia</strong> seguiu-o a alguns metros <strong>de</strong> distância.Por duas vezes, o cão voltou-se e rosnou, mas <strong>Sofia</strong> não se <strong>de</strong>ixou intimidar.Agora, queria encontrar o filósofo, mesmo que tivesse <strong>de</strong> correr até Atenas.O cão correu com mais velocida<strong>de</strong> e chegou a uma pequena vereda (caminhoestreito).<strong>Sofia</strong> também começou a correr mais <strong>de</strong>pressa, mas, passado pouco tempo, o cãovoltou-se e ladrou como um cão <strong>de</strong> guarda. <strong>Sofia</strong> não <strong>de</strong>sistiu; aproveitou a oportunida<strong>de</strong>para se aproximar ainda mais <strong>de</strong>le.Hermes corria à frente, pelo carreiro. Até que, <strong>Sofia</strong> teve <strong>de</strong> reconhecer que não opodia alcançar. Ficou muito tempo parada, tentando <strong>de</strong>tectar para on<strong>de</strong> o cão se afastava.Por fim, tudo ficou silencioso.<strong>Sofia</strong> sentou-se num tronco, junto a uma pequena clareira. Tinha na mão o gran<strong>de</strong>envelope amarelo. Abriu-o, retirou várias folhas escritas e começou a ler:“A Aca<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> Platão”57achas?Que bom ver-te, <strong>Sofia</strong>!Claro que quero dizer, em Atenas. Penso ter-me finalmente apresentado, não

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