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O Mundo de Sofia - Filosofar Sempre!!!!

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233expressivo título "Vozes do povo". Ele dizia que a poesia popular era a "língua materna dospovos". Em Hei<strong>de</strong>lberg, começou-se a reunir canções populares e contos populares.Já ouviste falar dos contos dos Irmãos Grimm?- Claro que sim – a "Branca <strong>de</strong> Neve", a "Chapeuzinho Vermelho", a "GataBorralheira" e "Haensel e Gretel"...- E muitos, muitos outros.Na Noruega tivemos “Asbjõrnsen” e “Moe”, que viajavam pelo país, pararecolherem a "Poesia do povo". Era a colheita <strong>de</strong> um fruto suculento, que se reconheceusubitamente ser saboroso e nutritivo. E era urgente - o fruto já caía das árvores. “Landstad”recolheu canções populares e “Ivar Aasen” recolheu por assim dizer a própria línguanorueguesa. Também os mitos e as sagas da época pagã foram re<strong>de</strong>scobertos em meados doséculo XIX. Em toda a Europa, os compositores utilizavam canções populares nas suascomposições. Procuravam assim fazer uma ponte entre a música erudita e a música popular.- Música erudita?- A música erudita é composta por uma pessoa <strong>de</strong>terminada - por exemplo,Beethoven. A música popular não foi criada por uma pessoa específica, mas pelo própriopovo.Por isso, também não sabemos exatamente <strong>de</strong> quando é cada canção. Do mesmomodo distinguimos contos populares e contos eruditos.- O que significa um conto erudito?-É um conto que um escritor imaginou, por exemplo, “Hans Christian An<strong>de</strong>rsen”.O gênero do conto foi cultivado com gran<strong>de</strong> ardor pelos românticos. Um dosmestres alemães foi “E. T. A. Hoffmann”.- Acho que já ouvi falar dos "Contos <strong>de</strong> Hoffmann".- O conto era o i<strong>de</strong>al literário dos românticos – mais ou menos como o teatro era aforma artística do Barroco. Dava ao escritor a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> jogar com o seu própriopo<strong>de</strong>r criativo.- Ele podia representar o papel <strong>de</strong> Deus para um mundo imaginado.-Exato. E agora, é necessário uma espécie <strong>de</strong> resumo.- Faz favor.-Os filósofos do Romantismo compreendiam aquilo a que chamavam "alma domundo" como um "eu", que cria as coisas no mundo num estado mais ou menos <strong>de</strong> sonho.O filósofo “Johann Gottlieb Fichte” afirmou que a natureza provinha <strong>de</strong> umaativida<strong>de</strong> imaginativa elevada, inconsciente.Schelling afirmava explicitamente que o mundo estava "em Deus". Deus estariaconsciente <strong>de</strong> alguma coisa, segundo ele, mas havia também aspectos da natureza querepresentavam o inconsciente <strong>de</strong> Deus. Pois Deus tinha também uma "face obscura".-Essa idéia é simultaneamente assustadora e fascinante. Faz-me lembrar Berkeley.-A relação entre o escritor e a sua obra era vista aproximadamente <strong>de</strong>sse modo. Oconto dava ao escritor a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> jogar com a sua imaginação criativa. E o atocriador nem sempre era muito consciente. O escritor podia ter a sensação <strong>de</strong> que a históriaque ele escrevia surgia <strong>de</strong> uma força interior. Ele quase podia escrever como quehipnotizado.- Sim?-Mas em seguida também podia romper a ilusão <strong>de</strong> repente. Podia intervir nahistória através <strong>de</strong> pequenos comentários irônicos para o leitor, e este lembrar-se-ia <strong>de</strong> queo conto era apenas um conto.

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