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O Mundo de Sofia - Filosofar Sempre!!!!

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316passou pelo jardim em vôo rasante. Preso à cauda havia uma longa faixa on<strong>de</strong> estavaescrito:"Parabéns pelos teus quinze anos!"O fato <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ou aplausos mais ruidosos.- Como po<strong>de</strong>m ver - exclamou a senhora Amundsen - este homem não sabe apenasacen<strong>de</strong>r bombinhas.- Obrigada, não foi nada.Nestas últimas semanas, <strong>Sofia</strong> e eu levamos a cabo uma gran<strong>de</strong> investigaçãofilosófica. Nesta ocasião, queremos expor-vos as nossas conclusões: vamos revelar ogran<strong>de</strong> segredo da nossa existência.Entre os convidados reinava um tal silêncio que era possível ouvir os pássaroscantar e os ruídos vindos dos arbustos.- Continua! – disse <strong>Sofia</strong>.- Após minuciosas investigações filosóficas, que vão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os primeiros filósofosgregos até hoje, <strong>de</strong>scobrimos que vivemos as nossas vidas na consciência <strong>de</strong> um major quese encontra no Líbano como observador na ONU e que escreveu um livro sobre nós para asua filha que vive em Lillesand. Ela chama-se Hil<strong>de</strong> Mõller Knag e fez quinze anos nomesmo dia que a <strong>Sofia</strong>. O livro que fala <strong>de</strong> todos nós encontrava-se na sua mesinha <strong>de</strong>cabeceira quando acordou na manhã do dia 15 <strong>de</strong> Junho. Mais precisamente, trata-se <strong>de</strong> umvolumoso “dossiê”. Neste momento, ela sente as últimas páginas passarem sob o seuindicador.Um certo nervosismo começara a espalhar-se à volta da mesa.- A nossa existência é apenas um presente <strong>de</strong> aniversário para Hil<strong>de</strong> Mõller Knag,porque todos nós fomos criados para servir <strong>de</strong> enquadramento ao ensinamento filosóficoque o major quer dar à filha. Isto significa, por exemplo, que o “Merce<strong>de</strong>s” brancoestacionado à entrada não vale um tostão furado.Não vale mais do que todos os “Merce<strong>de</strong>s” brancos na cabeça do pobre major daONU, que acaba <strong>de</strong> se sentar à sombra para evitar uma insolação. No Líbano faz muitocalor, meus amigos.- Que loucura! – exclamou o conselheiro financeiro.-Isso é um absurdo.- Cada um po<strong>de</strong> pensar o que quiser, naturalmente - continuou Alberto impassível.-Mas na verda<strong>de</strong> o absurdo é toda esta festa. Aqui, a única dose <strong>de</strong> razão é o discurso queeu estou a fazer. O conselheiro levantou-se e disse:- Estamos a fazer o possível para cumprirmos o nosso <strong>de</strong>ver a fim <strong>de</strong> que as coisascorram bem. Temos o cuidado <strong>de</strong> fazer seguros em relação a tudo. E <strong>de</strong> repente, vem umrelaxado imbecil que tenta <strong>de</strong>struir tudo com base em certas afirmações "filosóficas".Alberto acenou afirmativamente.- Contra esta espécie <strong>de</strong> conhecimento filosófico não há seguro que sirva. Estamosa falar <strong>de</strong> uma coisa pior do que qualquer catástrofe natural, senhor administrador do erárioe, como bem sabe, as seguradoras não cobrem este gênero <strong>de</strong> coisas.- Esta não é uma catástrofe natural.- Não, é uma catástrofe existencial. Po<strong>de</strong> dar uma olha<strong>de</strong>la aos arbustos ecompreen<strong>de</strong>rá o que quero dizer.Não po<strong>de</strong>mos assegurar-nos contra a <strong>de</strong>struição da nossa existência, como não opo<strong>de</strong>mos fazer contra o <strong>de</strong>saparecimento do sol.- E temos que nos conformar? - perguntou o pai <strong>de</strong> Jorunn à esposa, que abanou a

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