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stoptrans | lourinhã, capital dOS DINOSSAUROS E hortÍCOLAS<br />
250 viaturas, contando ainda com a dedicação de cerca de 120 motoristas.<br />
Diferenciação além-fronteiras<br />
Estes são números assinaláveis, mas que não surgem por mero acaso. Por detrás de um<br />
projeto com a sustentabilidade da Stroptrans existe, efetivamente, um posicionamento que a<br />
diferencia das demais. “Há muitas empresas da área que se concentram no transporte de frio<br />
ou noutro tipo de produto”, exemplifica Luís Silva, antes de ressalvar que a sua empresa optou<br />
por não se especializar em nenhum setor de atividade, operando para fins tão díspares quanto<br />
a indústria aeronáutica, o setor têxtil ou o transporte de cargas sob temperatura controlada.<br />
“Normalmente, nos períodos de crise, quem fica com problemas são os que só fazem aquilo<br />
que toda a gente quer fazer”, constata o nosso entrevistado. Por outro lado, “as empresas<br />
que procuram fazer o mais difícil são as que ficam melhor sustentadas, porque não há grande<br />
concorrência”. Não admira, nesse âmbito, que a heterogeneidade da Stoptrans tenha sido boa<br />
conselheira: “Quando a crise chegou a <strong>Portugal</strong>, deveríamos ter cerca de 40 camiões e fomos<br />
aumentando e crescendo, porque não estávamos demasiado expostos ao ramo automóvel”,<br />
lembra o porta-voz.<br />
Outra pedra basilar por detrás do sucesso desta empresa sediada na Lourinhã (mas com<br />
instalações também em Lisboa, no Porto e em Múrcia) reside na sua metodologia de trabalho.<br />
“As empresas desta região normalmente transportam carga para o estrangeiro e procuram<br />
regressar logo a <strong>Portugal</strong>, mas nós tentamos fazer com que o camião fique ativo durante um<br />
mês antes de regressar”, explica Luís Silva. Não admira, neste âmbito, que para além de uma<br />
presença consolidada nos mercados europeus, este seja um player de verdadeira relevância<br />
em países como o Reino Unido.<br />
A sustentabilidade como lema<br />
Mais do que numerosa, importa referir que a equipa que compõe a Stoptrans se distingue<br />
pela particularidade do seu espírito jovem. “A média de idades dos nossos colaboradores deve<br />
ser inferior a 30 anos”, constata Luís Silva. Mas, à já mencionada juventude alia-se um amplo<br />
e moderno know-how que é cuidadosamente transmitido a todos os elementos da empresa,<br />
quer através de iniciativas de formação interna (através da qual os trabalhadores mais antigos<br />
transmitem o seu conhecimento e experiência aos mais jovens), quer através de programas<br />
patrocinados pelas próprias marcas.<br />
Mas o “serviço de qualidade” que caracteriza a Stoptrans não se fixa apenas nestes<br />
elementos. Para além do estrito cumprimento de todos os prazos, e da preocupação em<br />
proporcionar soluções feitas à medida das necessidades e expectativas de cada cliente, a<br />
empresa faz da sustentabilidade outros dos seus grandes lemas. “Seremos das empresas<br />
com equipamento mais moderno em <strong>Portugal</strong>”, na medida em que “os carros são todos de<br />
categoria Euro 6, ou seja dos que menos poluem”. Já em termos de veículos-trator, “trocamos<br />
os carros ao fim de três anos”, tendo em que conta que “os veículos mais novos não só<br />
poluem menos, como consomem menos combustível”, argumenta o sócio-gerente.<br />
Um alerta para o setor<br />
Pese embora o inusitado sucesso da sua empresa, Luís Silva faz questão de se manter<br />
especialmente atento ao seu setor de atividade, antecipando novos desafios a curto prazo.<br />
A seu ver, um crescente número de governos europeus tem vindo a optar por um cada vez<br />
maior quantidade de políticas protecionistas que poderão trazer novas dificuldades para as<br />
empresas transportadoras estrangeiras. A fim de combater este mesmo problema, o nosso<br />
entrevistado não esconde a intenção de desenvolver uma empresa congénere em solo inglês,<br />
naquele que corresponde ao seu maior mercado.<br />
Mas, perante um cenário internacional que obrigará a novas adaptações, o gerente faz<br />
também questão de salientar alguns dos entraves sentidos pelas empresas em solo nacional.<br />
“Infelizmente, o Estado tem dificultado”, constata Luís Silva, numa alusão ao facto de “os<br />
órgãos fazerem uma caça à multa e nem se aperceberem que a sua função deveria ser<br />
a de apoiar as empresas a ganhar mais dinheiro e garantir maior crescimento”. A esse,<br />
acrescenta-se o problema da falta de mão-de-obra disponível, que se estende a muitos<br />
países da Europa e que, na opinião de Luís Silva, não tem sido devidamente combatido em<br />
<strong>Portugal</strong>.<br />
Sempre atenta à realidade que a rodeia, a Stoptrans faz questão de se manter dinâmica e “à<br />
procura de outros caminhos”, na tentativa de se manter como uma incontornável referência<br />
no setor dos transportes, aliando o know-how e a qualidade do seu serviço a outro dos<br />
elementos que melhor a caracterizam: a sua inconfundível paixão por esta arte feita sobre<br />
rodas.<br />
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 109