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lourinhã, capital dOS DINOSSAUROS E hortÍCOLAS | Luís Lourenço- Sociedade Agrícola<br />
Abóbora do Oeste conquista mercados<br />
externos<br />
Luís Lourenço- Sociedade Agrícola Unipessoal, Lda. é uma empresa familiar<br />
especializada no cultivo de abóboras. Fundada em 2001, tem 150 hectares de<br />
produção na Lourinhã e no Ribatejo, exporta a 100 por cento e prepara-se para<br />
aumentar as instalações de armazenamento.<br />
noutro produto premium desta empresa..<br />
Ambas as variedades representam no estrangeiro elevados<br />
níveis de comercialização. Contudo, em <strong>Portugal</strong> ainda é<br />
pouco comercializada . “Há muitas variedades de abóbora<br />
que a população portuguesa ainda desconhece” refere<br />
o empresário. Apesar do pouco conhecimento de outras<br />
variedades, a pouco e pouco, a abóbora tem vindo a ganhar<br />
adeptos em <strong>Portugal</strong>, mas segundo Luís Lourenço “ainda<br />
falta incutir alguns hábitos alimentares junto da população<br />
portuguesa”. Mas, tal como há uns anos, “não se consumia<br />
curgete em <strong>Portugal</strong> e hoje tem um consumo abismal,<br />
pode ser que o mesmo suceda com o fruto da abobreira”,<br />
comenta.<br />
Luís Lourenço Administrador<br />
A região Oeste de <strong>Portugal</strong> reúne condições climatéricas e solos excecionais para o setor agrícola. As qualidades dos produtos<br />
que brotam das suas terras diferenciam-nos pelas suas características únicas, nos mercados nacionais e internacionais. A<br />
empresa Luís Lourenço é um excelente exemplo da dinâmica desta região na horticultura, que representa 74 por cento da<br />
produção nacional de abóboras. Sediada na Lourinhã - Capital da Abóbora - é uma empresa de cariz familiar, gerida por Luís<br />
Lourenço, pela sua esposa Purificação Lourenço e pelo filho, João Lourenço. Com 16 anos de existência, a empresa tem<br />
crescido de forma sustentada, assumindo uma importância ascendente no mercado internacional.<br />
Iniciaram a cultura da abóbora num hectare de terreno, comercializando posteriormente o fruto com recurso a uma empresa<br />
de prestação de serviços. Parcerias com várias empresas permitiram um crescimento exponencial na área cultivada,<br />
resultando em cerca de 150 hectares de terreno, repartidos entre a produção própria e produtores associados. Esta produção<br />
destina-se exclusivamente à exportação para países como Inglaterra, Irlanda, França e Holanda.<br />
Abóbora Musqueé de Provence e Butternut<br />
Estas duas variedades são os produtos de excelência da empresa Luís Lourenço, bastante apreciadas pelos mercados<br />
internacionais. Refere o entrevistado, que iniciou a produção com a Musqueé de Provence, uma variedade que praticamente<br />
não existia em <strong>Portugal</strong>, em 1997. Este fruto tem formato arredondado, polpa consistente, o seu peso ronda os oito<br />
quilogramas e tem um excelente nível de conservação - uma vantagem para o negócio de Luís Lourenço.<br />
A segunda aposta foi a introdução da abóbora Butternut, uma variedade que também tem pouca representatividade em<br />
<strong>Portugal</strong>, mas que é muito valorizada noutros países. Com sabor suave e formato em forma de pêra, esta variedade tornou-se<br />
Estratégia de mercado<br />
Devido à fraca aposta dos portugueses na compra do<br />
fruto, a estratégia de mercado da empresa voltou-se<br />
para a exportação, com várias empresas parceiras.<br />
“Não trabalhamos com mercado nacional. Tudo o que<br />
comercializamos é exportado, essencialmente, para<br />
Inglaterra, Irlanda, França e Holanda. Temos também alguma<br />
representatividade no mercado suíço ”, fundamenta o<br />
entrevistado.<br />
Outra aposta chave na estratégia da empresa foi a<br />
especialização em apenas duas variedades de abóbora - as<br />
mais procuradas pelos mercados com os quais trabalham.<br />
“Tivemos que optar e a escolha recaiu sobre a aposta<br />
em variedades que o mercado externo procura. Acredito<br />
o sucesso da produção passa pela especialização dos<br />
produtores num determinado produto, ao invés de produzir<br />
pequenas parcelas de vários produtos ou variedades do<br />
mesmo. Só a especialização leva a uma qualidade de cinco<br />
estrelas e nós, em conjunto com os nossos produtores e<br />
colaboradores, temos essa qualidade”, afirma Luís Lourenço.<br />
Quanto ao preço pago pelo produto, garante que esse é<br />
“discutido ao cêntimo”. Trabalham sobretudo com mercados,<br />
onde “os preços são relativamente estáveis”. Acredita que é<br />
a qualidade do produto lhe permite ter este benefício e ter<br />
como receita um montante que considera justo.<br />
Investimento gera lucro<br />
A qualidade gera receita, mas Luís Lourenço também sabe<br />
96 REVISTA BUSINESS PORTUGAL