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Jornal das Oficinas 154

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17<br />

UM MOTOR, DOIS COMBUSTÍVEIS<br />

Os automóveis movidos a GNC têm um<br />

motor de combustão interna de última<br />

geração, que funciona, indiferenciadamente,<br />

com gás natural comprimido ou<br />

gasolina. Por norma, o veículo circula<br />

sempre com recurso ao gás até este se esgotar.<br />

A mudança para gasolina efetua-se<br />

automaticamente e é impercetível para<br />

o condutor, uma vez que as prestações<br />

do motor são idênticas com os dois tipos<br />

de combustível. O motor integra muitos<br />

componentes especificamente reforçados<br />

para a combustão de gás natural. O<br />

veículo cumpre as normas de emissões<br />

mais exigentes e a prova disso são os<br />

selos ecológicos que conquista em países<br />

que obrigam a ter um para circular, por<br />

exemplo, no centro da cidade.<br />

SEGURANÇA TOTAL<br />

Os veículos movidos a GNC cumprem<br />

os padrões mais exigentes da indústria.<br />

São sujeitos a diversos testes durante<br />

toda a fase de desenvolvimento, como<br />

os crash-tests, para garantir que são totalmente<br />

seguros. Num caso mais extremo<br />

de temperaturas eleva<strong>das</strong> provoca<strong>das</strong><br />

por um incêndio, o gás é libertado a um<br />

ritmo constante e controlado, graças a<br />

fusíveis térmicos colocados em cada<br />

depósito, evitando, assim, acumulação<br />

excessiva de pressão.<br />

PRESSÃO CONTROLADA<br />

O gás natural comprimido está armazenado<br />

nos depósitos a cerca de 200 bar<br />

mas é injetado no motor a uma pressão<br />

que não ultrapassa os 10 bar. Um regulador<br />

de pressão, de dois andares, colocado<br />

na baía do motor, reduz a pressão e assegura<br />

uma injeção perfeita do gás em<br />

to<strong>das</strong> as situações. A centralina do motor<br />

controla o regulador de forma eletrónica<br />

em todos os momentos.<br />

CONDUÇÃO SEM ALTERAÇÕES<br />

Ao volante, a sensação de conduzir com<br />

gás natural comprimido ou gasolina é<br />

igual. Por isso, o condutor apenas consegue<br />

distinguir que combustível está<br />

a utilizar se olhar para o indicador luminoso<br />

no painel de instrumentos. Aceso,<br />

está a funcionar com gás natural comprimido.<br />

Apagado, com gasolina. Além<br />

disso, existem outros indicadores que<br />

disponibilizam informação sobre o nível<br />

de cada tipo de combustível, enquanto<br />

o computador de bordo mostra ao condutor<br />

os dados da viagem, incluindo consumo<br />

e autonomia de cada combustível.<br />

Esta informação não é linear para todos<br />

os modelos que utilizam este combustível.<br />

No caso dos pertencentes ao Grupo<br />

Volkswagen, processa-se desta forma.<br />

AUTOMÓVEL COMO OS OUTROS<br />

Os automóveis a gás natural comprimido<br />

são desenvolvidos, fabricados e<br />

homologados obedecendo aos mais<br />

elevados padrões de qualidade da indústria.<br />

Nem na produção (muito menos<br />

na condução), existem diferenças.<br />

Em Portugal, tal como mencionado, o<br />

único “problema” é a existência de uma<br />

rede de abastecimento muito, mas muito,<br />

escassa. ✱<br />

Gás natural: o que é?<br />

Um hidrocarboneto composto, principalmente, por metano (CH4). O seu poder calorífico/kg é semelhante ao dos combustíveis derivados do petróleo. Para que um motor<br />

possa funcionar a gás natural comprimido, tem de ser de explosão (ciclo Otto), com a inflamação provocada por velas. O gás natural apresenta um índice octano de 130.<br />

O processo de combustão é em tudo idêntico ao de um motor a gasolina. O ar aspirado pelo motor é misturado no coletor de admissão com o gás natural comprimido por efeito<br />

“ventury” ou por injeção. A mistura é, então, introduzida no cilindro pela válvula de admissão para ser, posteriormente, comprimida e incendiada pela faísca produzida na vela.<br />

1 – Dois bocais de abastecimento<br />

debaixo de uma portinhola<br />

Os bocais de abastecimento dos dois combustíveis<br />

(GNC e gasolina) estão colocados debaixo<br />

de uma só tampa, facilitando todo o processo<br />

de abastecimento. O tempo de abastecimento de<br />

ambos os combustíveis é praticamente idêntico<br />

6 – Indicador no painel de instrumentos<br />

Confirma que o veículo está a ser alimentado com gás<br />

natural comprimido. Dois indicadores informam acerca<br />

do nível de ambos os combustíveis nos depósitos<br />

2 – Como são os<br />

depósitos de gás?<br />

São produzidos com aço<br />

de alta resistência e levam<br />

um tratamento anti-corrosão.<br />

Alcançam uma pressão<br />

máxima de 200 bar. O gás fica<br />

hermeticamente armazenado<br />

nos depósitos graças a um<br />

conjunto de válvulas solenóide<br />

de segurança, que apenas<br />

abrem quando a ignição<br />

é ligada. Numa situação<br />

de emergência, um fusível<br />

térmico derrete e liberta o gás<br />

de forma constante e controlada<br />

3 – Ligações<br />

Para que o nível de segurança<br />

seja elevado, o gás flui a alta<br />

pressão em tubos de aço<br />

4 – Regulador da pressão<br />

Colocado no motor, reduz a pressão do gás<br />

de 200 bar para valores entre 5 e 9 bar,<br />

dependendo <strong>das</strong> condições do motor e<br />

da condução. A pressão é regulada em dois<br />

níveis e controlada eletronicamente<br />

5 – Motor<br />

Os veículos GNC estão equipados com um motor de combustão<br />

interna que foi, especificamente, desenvolvido para ser<br />

alimentado também a gás natural comprimido. Por defeito,<br />

o motor alimenta-se de gás e pode ser sempre alimentado<br />

com este combustível caso o condutor assim deseje. É possível<br />

nunca alterar para o modo “gasolina”. Quando o fornecimento<br />

de gás começa a ser mais pobre e menor, o sistema encarregue-se<br />

de trocar o consumo para gasolina, sem que o condutor note<br />

essa mudança<br />

www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Setembro I 2018

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