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Desejo a meia-noite - Lisa Kleypas

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Rohan balançou a cabeça.<br />

– Então Jenner morreu e sua filha e seu genro ficaram com o clube.<br />

– Você foi bem tratado por eles?<br />

– Bem demais. – Um vinco apareceu em sua testa. – Eles começaram a minha praga da boa<br />

sorte.<br />

– Sim, ouvi falar disso. – Ela sorriu para ele. – Mas, como não acredito em sorte nem em<br />

maldições, continuo cética.<br />

– É o suficiente para arruinar um cigano. Não importa o que eu faça, o dinheiro vem para<br />

mim.<br />

– Que coisa terrível. Deve ser muito duro.<br />

– É um constrangimento terrível – balbuciou com uma sinceridade que não deixava<br />

dúvidas.<br />

Meio divertida, meio invejosa, Amelia perguntou:<br />

– Já havia experimentado esse problema antes?<br />

Rohan negou com a cabeça.<br />

– Mas devia ter previsto. É o destino. – Ele a fez parar e mostrou-lhe a palma da mão, em<br />

um ponto onde um conjunto de interseções com a forma de uma estrela reluzia na base de<br />

seu dedo indicador. – Prosperidade financeira – explicou em tom sombrio. – E não vai<br />

acabar tão cedo.<br />

– Poderia distribuir o dinheiro. Existem inumeráveis organizações beneficentes e muita<br />

gente passando por dificuldades.<br />

– É o que pretendo. Em breve. – Pegando o cotovelo de Amelia, ele a guiou com cuidado<br />

por um trecho acidentado do solo. – Depois de amanhã, vou voltar para Londres para<br />

encontrar um substituto para o clube.<br />

– E o que fará depois?<br />

– Vou viver como um verdadeiro rom. Encontrarei alguma tribo com quem possa viajar.<br />

Nada de livros contábeis, garfos de salada ou graxa de sapatos. Serei livre.<br />

Ele parecia convencido de que se satisfaria com uma vida simples, mas Amelia tinha suas<br />

dúvidas. O problema é que não havia um meio-termo. Não era possível ser ao mesmo tempo<br />

um andarilho e um cavalheiro domesticado. Era preciso fazer uma escolha. Aquilo fez com<br />

que ela sentisse gratidão por não existir nenhuma dualidade em sua própria natureza. Sabia<br />

muito bem quem e o que era.<br />

Rohan levou-a até uma banca montada pela loja de vinhos da aldeia e comprou duas taças<br />

de vinho de ameixas. Ela tomou a bebida ácida, ligeiramente adocicada, em goles sedentos,<br />

fazendo Rohan rir em silêncio.<br />

– Não tão rápido – advertiu-a. – Esse negócio é mais forte do que parece. Mais um pouco e<br />

terei que carregá-la para casa nos ombros, como um cervo abatido.<br />

– Não é tão forte assim – protestou Amelia, incapaz de sentir gosto de álcool na bebida<br />

frutada. Era deliciosa, a secura intensa das ameixas permanecia em sua língua. Ela ergueu a

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