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translúcida entre eles.<br />
– Agora, Rohan.<br />
– Cam...<br />
– Silêncio.<br />
Ele tocou o lado do rosto de Amelia e lançou-lhe um olhar misterioso.<br />
– Mas as abelhas.<br />
– Está tudo bem. – Cam foi pegar a lamparina que estava no chão.<br />
Levando-a até o painel aberto, ele a segurou no interior do espaço vazio e se debruçou. As<br />
abelhas começaram a se acomodar e a rastejar sobre seu braço, ombros e cabeça. Olhando<br />
para ele fixamente, Amelia viu que seu braço se mexeu e percebeu que ele havia sido picado.<br />
O pânico apertava-lhe os pulmões, fazendo com que sua respiração ficasse rápida e<br />
superficial.<br />
A voz de Cam soou abafada.<br />
– Não há nada aqui além de abelhas e favos de mel.<br />
– Tem que haver – retrucou Christopher. – Entre e encontre.<br />
– Ele não pode – exclamou Amelia, ultrajada. – Vai ser picado até a morte.<br />
Ele apontou a pistola para ela.<br />
– Vá. – Christopher ordenou a Cam.<br />
As abelhas se derramavam sobre Cam, subindo por seu cabelo negro e reluzente, seu rosto<br />
e sua nuca. Ao olhá-lo, Amelia sentiu-se aprisionada em um terrível pesadelo.<br />
– Não há nada aqui – disse Cam, soando muito calmo.<br />
Christopher pareceu tirar uma satisfação perversa da situação.<br />
– Você mal procurou. Entre e não saia sem achá-lo.<br />
Lágrimas brotavam dos olhos de Amelia.<br />
– Você é um monstro – disse ela, furiosa. – Não há nada ali e sabe disso.<br />
– Olhe só para você – falou ele com desdém –, derramando lágrimas por seu amante<br />
cigano. Como pôde descer tanto?<br />
Antes que ela pudesse dizer alguma coisa, um clarão de luz branco-azulada encheu o<br />
aposento em silêncio. A luz da lamparina se extingiu numa rajada gelada. Amelia piscou e<br />
limpou as lágrimas dos olhos, fez um círculo espantado ao tentar encontrar a fonte da luz.<br />
Alguma coisa cintilava em torno deles, toda frieza, brilho e energia pura. Ela cambaleou na<br />
direção de Cam com os braços estendidos. As abelhas ergueram-se em massa e voaram de<br />
volta para a col<strong>meia</strong>. A luz azulada fazia com que suas asas reluzissem como uma chuva de<br />
faíscas.<br />
Amelia alcançou Cam e ele a segurou com seu abraço firme e caloroso.<br />
– Você se feriu? – perguntou ela, as mãos procurando por ele freneticamente.<br />
– Não, só uma ou duas picadas. Eu... – Ele interrompeu a frase respirando fundo.<br />
Virando-se em seus braços, Amelia seguiu seu olhar. Duas formas nebulosas, distorcidas<br />
pela luz baça, lutavam pela posse de uma arma. Quem seria? Quem mais havia entrado no