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Desejo a meia-noite - Lisa Kleypas

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CAPÍTULO 18<br />

Depois que Cam partiu, Amelia viu-se perambulando desanimada pelo grande solar.<br />

A casa estava em silêncio, pois todos haviam se recolhido aos quartos para a sesta.<br />

Preparativos estavam em andamento para a partida do conde e da condessa e de lorde e<br />

Lady St. Vincent, que viajariam para Bristol na manhã seguinte. Ficariam hospedados na<br />

casa de Daisy e Matthews Swift, irmã e cunhado de Lillian, para a última quinzena da<br />

gravidez de Daisy.<br />

Lillian estava ansiosa por ver sua irmã caçula, de quem era muito próxima.<br />

– Ela manteve uma saúde esplêndida durante o tempo todo – dissera Lillian para Amelia,<br />

com óbvio orgulho. – Daisy é muito saudável. Mas é muito pequena. E seu marido é bem<br />

grande – disse sombria –, o que significa que qualquer bebê dele provavelmente será imenso.<br />

– Não se pode culpá-lo por ser alto – argumentou em tom lacônico lorde Westcliff, que<br />

estava sentado ao lado da esposa.<br />

– Não disse que ele tinha culpa – protestou Lillian.<br />

– Era o que estava pensando – murmurou o conde, e ela ergueu uma almofada como se<br />

fosse lançá-la sobre o marido. Contudo, a aparência de conflito matrimonial era estragada<br />

pelo fato de que os dois sorriam carinhosamente.<br />

Lillian voltou sua atenção para Amelia.<br />

– Você e os outros ficarão bem em nossa ausência? Detesto partir e deixar as coisas tão mal<br />

resolvidas, com o Sr. Merripen ainda precisando de cuidados.<br />

– Acredito que Merripen ficará bom bem depressa – disse Amelia com completa confiança.<br />

Desde sua chegada à família, ele nunca estivera doente. – Tem uma constituição robusta.<br />

– Pedi ao médico que fizesse visitas diárias – contou Westcliff. – E, se tiver qualquer<br />

dificuldade, avise-nos em Bristol. Não é tão longe e virei na mesma hora.<br />

Só os céus sabiam como tinham sorte em contar com Lillian e Westcliff como vizinhos.<br />

Naquele momento, enquanto atravessava a galeria de arte, com o olhar viajando pelas<br />

pinturas e esculturas, Amelia sentiu um terrível vazio interior. Não conseguia imaginar uma<br />

forma de se livrar daquele sentimento. Não era fome, nem medo, nem raiva. Não era<br />

exaustão nem temor.<br />

Era solidão.<br />

Besteira, repreendeu-se, caminhando por uma longa fileira de janelas que contemplavam<br />

um jardim lateral. Havia começado a chover, um cintilar frio e encharcado que caía sem<br />

parar sobre o terreno e descia sob a forma de riachos enlameados em direção às colinas e às<br />

árvores. Não pode estar se sentindo solitária. Não faz nem meio dia que ele partiu. E não há<br />

motivo para se sentir assim quando toda a sua família está aqui.<br />

Era a primeira vez que sentia o tipo de solidão que não podia ser curada com a companhia

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