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ainda eram musculosas, mas ele havia perdido muito peso. As costelas se projetavam sob a<br />
pele morena.<br />
Quando Win foi se desfazer da camisa amassada, Amelia tirou a ponta do curativo e<br />
começou a soltá-lo. Parou quando percebeu uma estranha marca no outro ombro.<br />
Debruçando-se, ela observou com mais atenção o desenho feito com tinta preta. Teve um<br />
calafrio de assombro.<br />
– Uma tatuagem. – Foi tudo o que conseguiu dizer.<br />
– É. Reparei nela há alguns dias – comentou Win, voltando para a cama. – É estranho que<br />
ele nunca a tenha mencionado, não é? Não é para menos que ele sempre tenha desenhado<br />
pookas e inventado histórias sobre as criaturas quando era mais jovem. Deve ter algum<br />
significado para...<br />
– O que você disse? – a voz de Cam soou baixa, mas reverberou com tanta intensidade que<br />
era como se estivesse gritando.<br />
– Merripen tem a tatuagem de um pooka em seu ombro – respondeu Win, fitando-o com<br />
curiosidade quando ele se aproximou da cama em três passos. É um desenho muito singular.<br />
Nunca vi nada como...<br />
Ela parou soltando uma exclamação de assombro quando Cam ergueu seu antebraço ao<br />
lado do ombro de Merripen.<br />
Os cavalos negros e alados com olhos amarelos eram idênticos.<br />
Amelia ergueu o olhar diante daquela visão atordoante e fitou o rosto inexpressivo de Cam.<br />
– O que quer dizer?<br />
Cam parecia não conseguir tirar o olhar da tatuagem de Merripen.<br />
– Não sei.<br />
– Você já viu alguém antes...<br />
– Não. – Cam deu um passo para trás. – Meu bom Deus.<br />
Lentamente, caminhou até o pé da cama, fitando a figura imóvel como se fosse um tipo de<br />
criatura exótica que ele nunca tivesse visto antes. Pegou uma tesoura da bandeja de<br />
suprimentos.<br />
Por instinto, Win se aproximou do homem adormecido. Ao reparar no gesto, Cam<br />
murmurou:<br />
– Está tudo bem, irmãzinha. Vou precisar apenas retirar a pele morta.<br />
Ele se debruçou sobre a ferida e trabalhou, concentrado. Depois de um minuto<br />
observando-o limpar e retirar os tecidos mortos, Win foi para uma cadeira e sentou-se<br />
abruptamente, como se seus joelhos tivessem perdido as forças.<br />
Amelia permaneceu de pé, do lado dele, sentindo uma onda de náusea subir-lhe à<br />
garganta. Cam, por outro lado, estava indiferente como se cuidasse dos reparos no intrincado<br />
mecanismo de um relógio, e não estivesse lidando com carne humana apodrecida. Depois de<br />
receber instruções, Amelia buscou a tigela com o líquido do cataplasma, que tinha um cheiro<br />
forte, mas estranhamente doce.