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tranças dela se soltaram. O constrangimento suplantou todos os outros sentimentos. Amelia<br />
sabia como devia estar sua aparência, desarrumada e empoeirada. Por que ele nunca perdia<br />
uma oportunidade de pegá-la em desvantagem?<br />
Balbuciando um pedido de desculpas, lutou para sair de cima dele, mas o peso de suas saias<br />
e a rigidez de seu espartilho tornaram isso difícil.<br />
– Não... espere... – Rohan inspirou com força, enquanto ela se retorcia contra ele, até que<br />
ele a ajudou a rolar para o lado.<br />
– Quem deixou você entrar? – Amelia conseguiu perguntar.<br />
Rohan lançou-lhe um olhar inocente.<br />
– Ninguém. A porta estava destrancada e o saguão, vazio.<br />
Ele agitou as pernas para se libertar das saias dela e a puxou para que ficasse sentada. Ela<br />
nunca conhecera ninguém com movimentos tão ágeis.<br />
– Já mandou inspecionar este lugar? – perguntou Cam. – A casa está a ponto de<br />
desmoronar. Não me arrisquei a entrar aqui sem fazer uma breve oração para Butyakengo.<br />
– Quem?<br />
– Um espírito protetor dos ciganos. – Ele sorriu para ela. – Mas agora que estou aqui, vou<br />
correr o risco. Deixe-me ajudá-la a se levantar.<br />
Ele puxou Amelia, ajudando-a a ficar de pé, sem soltá-la até que tivesse recuperado<br />
completamente o equilíbrio. A força de suas mãos fez com que ela sentisse arrepios nos<br />
braços e ficasse um pouco ofegante.<br />
– Por que está aqui?<br />
Rohan deu de ombros.<br />
– Apenas para fazer uma visita. Não há muito que fazer em Stony Cross Park. É o primeiro<br />
dia da temporada de caça à raposa.<br />
– Não quis participar?<br />
Ele negou com a cabeça.<br />
– Só caço para comer, não como esporte. E tendo a simpatizar com a raposa, pois já estive<br />
na situação dela uma ou duas vezes.<br />
Ele devia estar se referindo às caçadas aos ciganos, pensou Amelia com preocupação e<br />
curiosidade. Queria lhe perguntar sobre isso, mas aquela conversa não podia prosseguir.<br />
– Sr. Rohan – disse, sem jeito. – Gostaria de ser uma anfitriã adequada e lhe mostrar a sala<br />
de visitas, oferecer algo para beber e comer. Mas não tenho nada disso. Não tenho nem uma<br />
sala de visitas. Perdoe-me se pareço rude, mas não é uma boa hora para uma visita...<br />
– Posso ajudá-la. – Ele encostou um dos ombros na parede, sorridente. – Sou bom com as<br />
mãos.<br />
Não havia insinuação alguma em seu tom de voz, mas ela corou.<br />
– Não, obrigada. Tenho certeza que Butayenko não aprovaria.<br />
– Butyakengo.<br />
Ansiosa para demonstrar sua competência, Amelia encaminhou-se para a janela seguinte e