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ilhante como uma chama, voltou a prender o dela.<br />
– Não acha que está sendo superprotetora, correndo atrás de seu irmão adulto por toda a<br />
cidade? Ele não está fazendo nada diferente do habitual. A maioria dos jovens nobres em<br />
sua posição se comporta da mesma forma.<br />
– Você não o conhece – disse Amelia, com uma voz que pareceu abalada até para ela<br />
mesma. Sabia que deveria se afastar daqueles dedos cálidos, mas seu corpo permanecia<br />
perversamente imóvel, absorvendo o prazer daquele toque. – Esse está longe de ser seu<br />
comportamento habitual. Ele está em dificuldades. E... – Ela interrompeu a frase.<br />
Rohan deixou que a delicada ponta de um dedo seguisse a trilha reluzente da fita do<br />
chapéu de Amelia, até o ponto onde se encontrava o laço, sob seu queixo.<br />
– Que tipo de dificuldade?<br />
Ela se afastou bruscamente de seu toque e virou-se, enquanto Merripen e Leo se<br />
aproximavam da carruagem. Ao ver o irmão, foi invadida por uma onda de amor e<br />
preocupação desesperada. Ele estava imundo e ferido, mesmo assim sorria sem culpa. Quem<br />
não o conhecesse presumiria que não tinha preocupação alguma na vida. Mas seus olhos,<br />
antes tão calorosos, estavam opacos e frios. Antigamente Leo tinha boa forma física, agora<br />
estava barrigudo e a parte que se podia ver de seu pescoço parecia inchada. Ainda havia<br />
muito caminho pela frente até que se tornasse uma completa ruína, mas ele parecia<br />
determinado a acelerar o processo.<br />
– Que coisa notável – disse Amelia em tom casual. – Ainda sobrou alguma coisa de você. –<br />
Pegando um lenço, ela caminhou para a frente e, com carinho, secou o suor e uma mancha<br />
de sangue no rosto dele. Reparando seu olhar confuso, falou: – Eu sou a do meio, querido.<br />
– Ah, aí está você. – A cabeça de Leo balançava para cima e para baixo como uma<br />
marionete. Ele olhou para Merripen, que lhe dava muito mais apoio que suas próprias<br />
pernas. – Minha irmã – disse ele. – Garota terrível.<br />
– Antes de Merripen levá-lo para a carruagem – disse Amelia –, você acha que vai vomitar?<br />
– Claro que não – respondeu ele, sem hesitação. – Os Hathaways são apegados à sua<br />
bebida.<br />
Amelia jogou para o lado os cachos castanhos que caíam como fios de lã sobre seus olhos.<br />
– Seria ótimo se você não se apegasse tanto a ela no futuro, querido.<br />
– Ah, mas mana... – Enquanto Leo olhava para ela, Amelia vislumbrou seu antigo ser, uma<br />
faísca nos olhos vazios, que logo desapareceu. – ... eu sinto muita sede.<br />
Amelia sentiu as lágrimas brotarem no canto de seus olhos, um nó na garganta. Engolindo<br />
em seco, disse com voz firme:<br />
– Durante os próximos dias, Leo, sua sede será saciada apenas por água ou chá. Coloque-o<br />
na carruagem, Merripen.<br />
Leo retorceu-se para olhar o homem que o segurava com firmeza.<br />
– Pelo amor de Deus, não vai me deixar sob a responsabilidade dela, não é?<br />
– Você preferiria mofar sob os cuidados de um carcereiro de Bow Street? – perguntou