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Desejo a meia-noite - Lisa Kleypas

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tom equilibrado, apesar da expressão no rosto de Merripen ser capaz de aterrorizar alguém<br />

mais frágil: – E não tenho paciência para brigar com você o tempo todo. Se lhes deseja o<br />

melhor, deixe-os ou aceite que não vou a lugar nenhum.<br />

Enquanto o imenso chal lançava-lhe um olhar enfurecido, Cam quase conseguia<br />

acompanhar seus pensamentos, examinando as opções, o desejo violento de destruir seu<br />

inimigo, tudo isso sobrepujado pelo desejo premente de fazer o que era melhor para sua<br />

família.<br />

– Além do mais – disse Cam –, se Amelia não se casar comigo, o gadjo voltará a procurá-la.<br />

E você sabe que ela ficará melhor a meu lado.<br />

Merripen franziu a testa.<br />

– Frost partiu seu coração. Você roubou a inocência dela. Por que acha que é melhor do<br />

que ele?<br />

– Porque não vou abandoná-la. Ao contrário dos gadje, os rons são fiéis a suas mulheres. –<br />

Cam fez uma pausa e contou até dez antes de acrescentar, de uma forma deliberada: – Você<br />

deve saber disso melhor do que eu.<br />

Merripen fixou o olhar furioso em algum ponto na distância.<br />

– Se magoá-la por qualquer motivo – disse por fim –, vou matá-lo.<br />

– Muito justo.<br />

– Talvez eu o mate de qualquer maneira.<br />

Cam deu um leve sorriso.<br />

– Você ficaria surpreso em saber quantas pessoas já me disseram isso antes.<br />

– Não – disse Merripen. – Eu não ficaria.<br />

Amelia parou, nervosa, diante da porta do quarto de Cam. Havia sons de movimento no<br />

interior, gavetas se abrindo e se fechando, objetos mudando de lugar. Percebeu que ele devia<br />

estar se preparando para ir a Londres.<br />

Os moradores e os convidados de Stony Cross Manor tinham deixado o pátio<br />

discretamente antes que Cam e Merripen voltassem. Amelia apenas vira Merripen de<br />

relance, enquanto ele voltava para o quarto, sua careta feroz se intensificando ao olhar para<br />

ela. Amelia abrira a boca para dizer algo, pedir desculpas, talvez. Não sabia bem o que iria<br />

dizer, mas ele a interrompera:<br />

– É uma escolha sua – resmungara ele. – E vai afetar a todos nós. Não se esqueça disso. –<br />

Ele fechara a porta antes que pudesse dizer uma palavra.<br />

Olhando para um lado e para o outro do corredor, Amelia garantiu que não estava sendo<br />

observada antes de dar uma leve batida na porta e entrar no quarto.<br />

Cam empurrava uma pilha de roupas bem dobradas para dentro de um pequeno baú aos<br />

pés da cama. Olhou-a, uma onda de seda negra descendo por seus olhos. Era tão vibrante,

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