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Desejo a meia-noite - Lisa Kleypas

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lamurienta no chão.<br />

O segundo lacaio se aproximou de Cam com bem mais cautela do que o primeiro.<br />

– Qual é seu braço dominante? – perguntou Cam.<br />

O homem pareceu confuso.<br />

– Por que você quer saber?<br />

– Prefiro quebrar o que você usa menos.<br />

Os olhos do lacaio se arregalaram e ele recuou, lançando um olhar suplicante ao mordomo,<br />

que olhou com raiva para Cam.<br />

– Você tem cinco minutos. Encontre seu patrão e vá embora.<br />

– Ramsay não é meu patrão – resmungou Cam. – Ele é uma dor de cabeça.<br />

– Estão há dias no mesmo aposento – disse o lacaio, que se chamava George, para Cam,<br />

enquanto subiam uma escada atapetada. – Pedem que mandemos comida, prostitutas<br />

entram e saem, há garrafas de vinho vazias por toda parte... e o fedor da fumaça de ópio<br />

toma conta de todo o andar superior. Cubra os olhos quando entrar no aposento, senhor.<br />

– Por causa da fumaça?<br />

– É, e também... bem, o que está acontecendo por ali faria o demônio corar.<br />

– Sou de Londres – disse Cam. – Não coro.<br />

Mesmo se George não estivesse disposto a conduzir Cam até o antro das iniquidades, ele<br />

teria conseguido encontrá-lo com facilidade, por causa do cheiro.<br />

A porta estava encostada. Cam empurrou-a e penetrou na atmosfera nebulosa. Havia<br />

quatro homens e duas mulheres, todos jovens, todos despidos de alguma ou muitas peças de<br />

roupa. Embora houvesse apenas um cachimbo de ópio à vista, parecia que todo o aposento<br />

funcionava como um imenso cachimbo, tão densa era a fumaça adocicada.<br />

A chegada de Cam foi saudada com notável despreocupação, os homens jogados com<br />

indiferença sobre os estofados, um deles encolhido sobre almofadas em um canto. A<br />

aparência de todos era cadavérica, com olhos embaçados pelo torpor do narcótico. Uma<br />

mesa lateral estava entulhada com colheres, agulhas e um prato repleto com algo que<br />

lembrava melaço negro.<br />

Uma das mulheres, completamente nua, parou enquanto erguia um cachimbo para a boca<br />

frouxa de um homem.<br />

– Veja – disse para a outra –, chegou mais um.<br />

Uma risada inebriada.<br />

– Bom. Precisamos dele. Estão todos a meio mastro. A única coisa dura por aqui é o<br />

cachimbo. – Ela se virou para olhar para Cam. – Puxa, que homem bonito.<br />

– Ah, deixa eu ficar com ele primeiro – disse a outra. Ela se acariciou de forma convidativa.<br />

– Venha cá, meu amor, eu lhe darei um...

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