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apertos.<br />
Ela corou um pouco e apoiou-se mais nele.<br />
– Não me incomodo com suas carícias e apertos.<br />
Cam riu.<br />
– É um depoimento e tanto em defesa de meus talentos amorosos.<br />
– Venha para mim – sussurrou ela. – Vamos dormir abraçados.<br />
– Beija-flor – respondeu ele, com os lábios esbarrando na testa de Amelia. – Se eu abraçála,<br />
não confio em mim mesmo. Por isso vamos dormir em camas separadas. – Ele baixou os<br />
olhos para vê-la e deu um sorriso. – Mas só hoje.<br />
Foi preciso Cam se ensaboar e enxaguar três vezes para tirar o cheiro de ópio da pele e do<br />
cabelo. Depois de se secar com a toalha, vestiu um roupão de seda negra e caminhou pelo<br />
corredor escuro até seu quarto. Havia uma tempestade lá fora, a chuva e o trovão que<br />
vinham do leste açoitavam as janelas e o telhado.<br />
A lareira de seu quarto havia sido reabastecida e emitia luz e calor. Os olhos de Cam<br />
franziram de curiosidade quando ele viu uma forma pequena sob a coberta.<br />
A cabeça de Amelia se ergueu do travesseiro.<br />
– Estou com frio – disse ela, como se fosse uma explicação perfeitamente razoável para sua<br />
presença.<br />
– Minha cama não é mais quente do que a sua.<br />
Cam aproximou-se dela devagar, tentando não se sentir como um predador, tentando<br />
ignorar o calor que havia se acendido em seu sangue. Seu corpo tinha enrijecido sob a seda<br />
negra, todos os músculos tensionados em expectativa. Sabia o que ela queria dele e ficaria<br />
mais do que feliz em satisfazê-la.<br />
– Ficaria mais quente se você estivesse nela – falou Amelia.<br />
Seu cabelo caía sobre os ombros em ondas negras que iam até os quadris. Sentando-se do<br />
lado dela, Cam tocou uma das luminosas mechas, seguiu-a até o bico do seio e depois até a<br />
ponta do cabelo. Amelia suspirou, agitada. Ele se perguntou se a cor em seu rosto havia se<br />
espalhado para a pele que ele não conseguia ver.<br />
Cam conteve seu intenso desejo e manteve-se imóvel enquanto ela o tocava com dedos<br />
hesitantes, acariciando a seda nega que cobria seus ombros. Pondo-se de joelhos, beijou de<br />
forma impulsiva a orelha com o brinco de diamante e tocou no cabelo úmido e ligeiramente<br />
encaracolado.<br />
– Você não se parece com nenhum homem que conheci – declarou. – Não é sequer alguém<br />
com quem eu pudesse ter sonhado. É como um personagem de um conto de fadas escrito<br />
em uma linguagem que desconheço.<br />
– O príncipe, espero.