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edição de 19 de agosto de 2019

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fóRUM DE MARkETING EMPRESARIAL<br />

“As marcas<br />

precisam ter o<br />

que dizer”<br />

O<br />

publicitário Luiz Sanches é um dos Ícones<br />

da Propaganda do Fórum <strong>de</strong> Marketing<br />

Empresarial, que será realizado no<br />

próximo fim <strong>de</strong> semana (<strong>de</strong> 23 a 25),<br />

no Hotel Sofitel Jequitimar, no Guarujá, evento<br />

que une o PROPMARK e o Li<strong>de</strong>. Sanches é sócio,<br />

chairman e CCO da AlmapBBDO, a agência mais<br />

premiada do país. Ao seu lado, atuam a sócia e CSO<br />

Cintia Gonçalves e o também sócio e CEO Filipe<br />

Bartholomeu. Em sua opinião, criativida<strong>de</strong> é um<br />

asset das agências que nenhuma outra indústria<br />

tem. Ele também fala sobre a humanização do<br />

marketing, tema do fórum este ano. “As marcas<br />

passaram a ter um caráter mais humano <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<br />

advento da internet”. Confira a sua entrevista.<br />

Paulo Macedo<br />

HUMANIZAÇÃO<br />

As marcas passaram a ter<br />

um caráter mais humano <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

o advento da internet. Passaram<br />

a ser influencers <strong>de</strong><br />

pessoas que compartilham o<br />

que gostam. Porém, as marcas<br />

precisam ser inspiradoras. As<br />

pessoas as seguem por alguma<br />

razão, caso contrário excluem<br />

dos seus pontos <strong>de</strong> contato. As<br />

marcas têm a obrigação <strong>de</strong> não<br />

repetir discursos, como muitas<br />

vêm fazendo. Elas também não<br />

querem tomar tiro nas re<strong>de</strong>s<br />

sociais. Mas uma marca só vai<br />

criar lovers se tiver haters. Ela<br />

tem <strong>de</strong> saber transitar e saber<br />

que é normal receber feedbacks<br />

negativos para po<strong>de</strong>r se fortalecer<br />

lados positivos. Por isso<br />

precisam ser inspiradoras. As<br />

marcas têm uma responsabilida<strong>de</strong><br />

muito maior hoje. Antigamente<br />

era um diálogo <strong>de</strong> uma<br />

via só. Agora elas precisam ser<br />

inspiradoras com atitu<strong>de</strong>, como<br />

um ser humano. A repetição<br />

pulveriza uma marca porque<br />

ela fica sem registro do que está<br />

fazendo. Mas discursos não po<strong>de</strong>m<br />

ser redundantes.<br />

NATURAL<br />

O principal é dizer o que é<br />

e não ser outra coisa. Em uma<br />

empresa, do CEO ao profissional<br />

que serve café, todos <strong>de</strong>veriam<br />

repetir o seu propósito e<br />

a sua i<strong>de</strong>ia. Como há mais serviços,<br />

isso está ficando mais<br />

claro. Nunca foi tão bom consumir<br />

como atualmente. A <strong>de</strong>cisão<br />

ocorre em segundos. O que<br />

vai contar é o registro na Amazon<br />

e ele é feito a partir <strong>de</strong> muita<br />

interativida<strong>de</strong> em diversos<br />

canais com o mesmo discurso<br />

da marca. As marcas precisam<br />

encontrar sua pertinência e<br />

seus nichos para serem relevantes.<br />

EXEMPLO<br />

Havaianas é uma sandália <strong>de</strong><br />

borracha que tem valor agregado<br />

absurdo. Porque ela abraça<br />

várias praias, entre as quais a<br />

moda. E também mantém a<br />

postura <strong>de</strong> estar nas plataformas<br />

on<strong>de</strong> ela é aspiracional. E<br />

a Volkswagen? Que ficou anos<br />

sem lançar um novo mo<strong>de</strong>lo?<br />

Mas com a imagem construída<br />

ela conseguiu fazer a transição<br />

até arrebentar em vendas. O<br />

Boticário conta histórias inspiradoras<br />

das pessoas e posicionando<br />

seus produtos <strong>de</strong> forma<br />

mais premium. As marcas não<br />

po<strong>de</strong>m ficar em cima do muro;<br />

elas precisam ter o que dizer.<br />

TECNOLOGIA<br />

Se uma inovação for baseada<br />

em cima da tecnologia certamente<br />

vai ser nova até o próximo<br />

lançamento, cujo intervalo<br />

<strong>de</strong> tempo é mais reduzido. E<br />

sem esquecer que a concorrência<br />

está atenta. A tecnologia é<br />

uma gran<strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong> para<br />

enten<strong>de</strong>r pessoas e grupos. O<br />

sucesso da Netflix e do streaming<br />

<strong>de</strong> um modo geral é que<br />

eles <strong>de</strong>tectam clusters, enten<strong>de</strong>m<br />

o que eles querem e formalizam<br />

o <strong>de</strong>livery em forma<br />

<strong>de</strong> narrativa. A tecnologia propicia<br />

o entendimento do consumidor,<br />

além <strong>de</strong> <strong>de</strong>volver do<br />

jeito que ele quer. Tecnologia<br />

por meio <strong>de</strong> gadgets se torna<br />

obsoleta.<br />

DADOS<br />

Saber ler é fundamental para<br />

se tornar pertinente. Estamos<br />

em um negócio <strong>de</strong> pessoas para<br />

pessoas. Depurar informação<br />

requer talento, pessoas e visão.<br />

Não é algo robótico. Senão<br />

uma plataforma <strong>de</strong> streaming<br />

não precisaria <strong>de</strong><br />

um diretor. Dados são<br />

commodities.<br />

Sanches: “Já foi o<br />

tempo <strong>de</strong> realizar coisas<br />

em 30 segundos”<br />

“Uma marca Só vai<br />

criar loverS Se<br />

tiver haterS”<br />

58 <strong>19</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> 20<strong>19</strong> - jornal propmark

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