Jornal das Oficinas 213

pendentes, por vezes, têm de recusar
trabalho porque não têm as competências
e/ou o equipamento necessário
para efetuar os trabalhos nos veículos
mais modernos. O risco é que
isto se torne mais habitual, a não ser
que invistam nas suas competências
digitais, em ferramentas e em conectividade.
A prioridade imediata para
as oficinas é estarem preparadas para
efetuarem trabalhos em veículos
Euro 6 e híbridos, muitos dos quais
estão agora há quatro e cinco anos na
posse dos proprietários e já não voltarão
aos concessionários para manutenção
e reparações. Tanto quanto
estarem conectados e serem capazes
de efetuar importantes atualizações
de software, os técnicos têm de ter
formação sobre a mais recente tecnologia,
e ter à disposição as ferramentas
e o equipamento necessários
para diagnosticarem e repararem de
forma segura e rigorosa quaisquer
avarias.
Tomemos os ADAS como exemplo.
Esta tecnologia já está presente em
mais de 10% do parque automóvel de
Portugal. Frequentemente, a origem
de uma reclamação relacionada com
os ADAS é um sensor que necessita
de uma recalibração, mas tal não se
consegue descobrir através de uma
inspeção manual. Todos os fornecedores
mais importantes de aparelhos
de diagnóstico adicionaram agora
equipamento de calibração de ADAS
aos respetivos portefólios de produtos,
para ajudar as oficinas a resolver
corretamente quaisquer problemas
quando os mesmos tiverem sido
identificados. É importante notar
que enquanto as oficinas mecânicas
tendem a ter um período de graça
de quatro anos, correspondente ao
tempo que os veículos mais recentes
estão em garantia e se dirigem
ao concessionário, o mesmo não se
pode dizer das oficinas de colisão.
Para além de serem capazes de reparar
veículos Euro 6 e híbridos, as
oficinas de colisão já podem esperar
ver veículos elétricos entrarem pelas
suas portas, mas a boa notícia é que
são necessárias ferramentas e competências
similares.
Preparadas para o futuro
Para além de se focarem em objetivos
de continuação da atividade a curto
prazo, as oficinas devem preocupar-
-se em investimentos de longo prazo
necessários para estarem preparadas
para o futuro. As soluções digitais
conseguem ter um impacto positivo
ao longo de toda a cadeia de valor,
permitindo desde a atração de clientes,
passando pelo processamento e
planeamento de novos trabalhos, até
à encomenda de peças, ao processamento
de pagamentos e à finalização
de reparações. Estudos revelam
que os condutores regulares gastam
mais de mil euros em reparações de
veículos todos os anos. Pelo que é
compreensível que as expetativas dos
mesmos sejam elevadas. Tal como
acontece com qualquer produto ou
serviço que adquiram, eles pretendem
transparência, eficiência e, em
última instância, uma execução de
alto nível. Não é diferente daquilo
que as oficinas pretendem dos respetivos
fornecedores. l
A DIGITALIZAÇÃO, ELETRIFICAÇÃO E NOVAS FORMAS DE MOBILIDADE
ESTÃO A MUDAR A FORMA DE OPERAR DOS DISTRIBUIDORES
DE PEÇAS E DAS OFICINAS. A ADOÇÃO DO COMÉRCIO ELETRÓNICO
E DE PLATAFORMAS ONLINE TORNA-SE ESSENCIAL
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