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Jornal das Oficinas 213

Na edição de novembro do Jornal das Oficinas, o artigo de destaque é sobre a digitalização nas oficinas. A era da digitalização revolucionou a forma como funcionam praticamente todos os negócios. Isto inclui, obviamente, as oficinas de reparação, onde já não basta ser arrumado e manter toda a documentação organizada ou ser eficaz nas reparações

Na edição de novembro do Jornal das Oficinas, o artigo de destaque é sobre a digitalização nas oficinas. A era da digitalização revolucionou a forma como funcionam praticamente todos os negócios. Isto inclui, obviamente, as oficinas de reparação, onde já não basta ser arrumado e manter toda a documentação organizada ou ser eficaz nas reparações

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uma campanha de verniz, daqui a uns<br />

meses faremos de polimento”, explica<br />

Margarida Mota, que defende que<br />

“é preciso equilíbrio e cuidado nesse<br />

tipo de ações”.<br />

Digitalizar processos<br />

A Mota & Pimenta não dispõe de plataforma<br />

B2B, mas conta com um sistema<br />

informático interno, no qual os<br />

comerciais podem ver o stock disponível<br />

e colocam as encomen<strong>das</strong>, que são<br />

recebi<strong>das</strong> diretamente pelo armazém.<br />

Já as encomen<strong>das</strong> dos fornecedores,<br />

explica Margarida Mota, “são envia<strong>das</strong><br />

por e-mail pela distribuição e aqui eles<br />

separam e enviam”. Em breve, a ideia<br />

é criar um novo processo que facilite a<br />

introdução dos pedidos, para melhorar<br />

a gestão <strong>das</strong> encomen<strong>das</strong> e reduzir<br />

os eventuais erros de digitação. Sendo<br />

uma empresa certificada, a sustentabilidade<br />

“foi sempre uma preocupação,<br />

não é uma novidade. Temos auditorias<br />

e visitas, tem de estar tudo na perfeição”,<br />

refere o responsável, mencionando<br />

não só a minimização de resíduos,<br />

como também a necessidade de fazer<br />

reciclagem, automatizar e digitalizar<br />

processos. A eletricidade, exemplifica,<br />

tanto no centro de formação como na<br />

sede da empresa, é agora toda em LED.<br />

As entregas são feitas através de logística<br />

própria e transportadora. No caso<br />

da venda direta, por norma, a entrega<br />

é feita no dia seguinte pela própria empresa,<br />

ao passo que na distribuição, “a<br />

encomenda é colocada até às 12h30 e<br />

a transportadora até às 15h30 está aí,<br />

e no dia seguinte está a entregar. To<strong>das</strong><br />

as semanas mandamos material para<br />

as ilhas, o nosso distribuidor interno<br />

vai de manhã cedo, já sabemos os dias<br />

de maior e de menor fluxo e dependendo<br />

da ilha que é, leva e descarrega”,<br />

explicam.<br />

Olhar para o futuro<br />

Sobre as instalações atuais, num total<br />

de 2 000 m2, Virgílio Mota é perentório:<br />

“é nossa intenção continuar aqui,<br />

primeiro porque nos custou muito<br />

dinheiro, é nosso e, depois, porque o<br />

cliente já sabe onde estamos, não precisa<br />

de andar à procura. As acessibilidades<br />

são ótimas neste parque industrial,<br />

a área coberta também nos deixa<br />

servidos por uns anos. Penso que estamos<br />

bem. As instalações oferecem as<br />

condições necessárias, não há ideia de<br />

remodelar”. Já no que toca à evolução<br />

do negócio, Alexandra Mota sublinha<br />

que “hoje em dia já não podemos dizer<br />

que o mês de fevereiro e de agosto são<br />

maus e julho é que é bom. Há muito<br />

tempo que isso já acabou! Mas o ano<br />

está a correr bem, estamos a conseguir<br />

ultrapassar os números do ano passado<br />

que já foram bons”, refere a diretora<br />

financeira, explicando que atualmente<br />

já não analisa objetivos “por volume de<br />

ven<strong>das</strong>, mas sim por litros, por causa<br />

do preço. Os preços subiram tanto, em<br />

tão pouco tempo, que eu já não posso<br />

comparar. Eu posso dizer que cresci<br />

20%, mas quanto é que aumentaram<br />

os produtos? Interessa-me contabilizar<br />

os litros, as unidades vendi<strong>das</strong>. E<br />

estamos a vender mais litros”, conclui,<br />

satisfeita. l<br />

“O MERCADO DA REPINTURA ESTÁ ESTAGNADO”<br />

Instados a fazer uma análise da atualidade<br />

deste setor, Virgílio Mota, Margarida Mota e<br />

Alexandra Mota consideram que este é um<br />

mercado “estagnado”. A seu ver, as novidades<br />

surgem apenas ao nível <strong>das</strong> cores novas que as<br />

marcas lançam, “porque se formos a ver bem, os<br />

produtos auxiliares de referência, <strong>das</strong> marcas de<br />

topo, as mais vendi<strong>das</strong>, mantêm-se os mesmos<br />

há muitos anos”, argumentam. A única novidade<br />

que vai surgindo são “os vernizes e os aparelhos<br />

de secagem rápida, que não utilizam estufa. De<br />

resto não há muito mais a inventar”, consideram.<br />

Para o diretor-geral da Mota & Pimenta, “da<br />

parte <strong>das</strong> oficinas há uma evolução grande que<br />

tem que ser feita, na parte da digitalização dos<br />

processos”, pois estão to<strong>das</strong> “muito limita<strong>das</strong>, com<br />

falta de capacidade para absorver informação.<br />

Vamos a uma oficina que tem uma faturação<br />

importante, com sete ou oito pintores, mas se<br />

formos ver a gestão do negócio e os processos<br />

utilizados, constatamos muitas lacunas”. Sem<br />

grandes possibilidades de intervir nestas casas,<br />

a empresa nota que sempre que aparece um<br />

“comercial com mais conhecimentos, é mais um<br />

vendedor que lhes vai roubar tempo. Por fim<br />

ainda nos questionam porque haveríamos de<br />

querer saber os números deles…”, conta.<br />

Alexandra Mota adianta que a empresa<br />

está a trabalhar numa ferramenta nova<br />

para tentar melhorar processos nas oficinas,<br />

nomeadamente para conseguirem saber que<br />

tipo de produtividade têm: “Não se trata de uma<br />

coisa complexa, é muito simples, feita por nós, de<br />

maneira a que qualquer pessoa clique e coloque<br />

só o preço do artigo e insira valores aproximados.<br />

Isto porque a maior parte <strong>das</strong> oficinas, pelo<br />

menos aquelas com as quais lidamos, não têm”.<br />

No que diz respeito à venda de tintas sintéticas<br />

e celulosas, Virgílio Mota mostra-se contra as<br />

fiscalizações, “que só vêm roubar tempo, pois<br />

deixamos de trabalhar para lhes dar justificações”<br />

e considera que as tintas de solvente ainda<br />

vão ter “um longo caminho, uma vez que para<br />

acabar com isso teria de ser por contingente.<br />

O sistema de solvente é mais rápido e, para o<br />

pintor, é a escola que tem desde que nasceu, está<br />

mecanizado e tudo funciona melhor, na mente<br />

dele, o que nem sempre corresponde à realidade”,<br />

assume. Neste momento, a nível europeu há um<br />

rácio 50-50%, entre água e solvente. Legalmente,<br />

nas máquinas, em oficinas não é permitido,<br />

mas está disponível. A tinta serve para muitas<br />

aplicações e as pessoas quando compram não<br />

dizem para o que é!”, aponta.<br />

Quanto à falta de jovens na área de repintura<br />

automóvel, todos concordam que é uma situação<br />

difícil, pois “tudo o que envolva alguma sujidade,<br />

as pessoas não querem. Mas a pintura é uma<br />

atividade limpa”, esclarecem, notando que em<br />

todos os grupos de formação que acolheram este<br />

ano, só tiveram “dois miúdos, que fomos nós que<br />

formámos, de resto são pessoas que já estão na<br />

atividade”. Advogam a criação de mais cursos de<br />

formação em Famalicão, onde existe apenas o de<br />

mecânica, defendendo que “nas casas que têm<br />

uma grande oferta de produtos, nós precisamos<br />

de quem os consuma e que os saiba aplicar<br />

bem. Era preciso encontrar as empresas que tem<br />

condições para o fazer e nos dávamos o apoio<br />

técnico e os conhecimentos”, finalizam.<br />

www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Novembro I 2023 53

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