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Jornal das Oficinas 213

Na edição de novembro do Jornal das Oficinas, o artigo de destaque é sobre a digitalização nas oficinas. A era da digitalização revolucionou a forma como funcionam praticamente todos os negócios. Isto inclui, obviamente, as oficinas de reparação, onde já não basta ser arrumado e manter toda a documentação organizada ou ser eficaz nas reparações

Na edição de novembro do Jornal das Oficinas, o artigo de destaque é sobre a digitalização nas oficinas. A era da digitalização revolucionou a forma como funcionam praticamente todos os negócios. Isto inclui, obviamente, as oficinas de reparação, onde já não basta ser arrumado e manter toda a documentação organizada ou ser eficaz nas reparações

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temos que aceitar essa realidade. Nós<br />

que trabalhamos com os fabricantes<br />

de tintas e equipamentos, sabemos<br />

que os produtos, estejam em qualquer<br />

parte da Europa ou do Mundo, em<br />

48 horas estão cá. Agora, isso obriga<br />

a ter sempre mercados locais de distribuição,<br />

porque há muita coisa para<br />

assegurar. Esses grandes grupos não<br />

conseguem em tempo real entregar as<br />

peças às oficinas… a tal proximidade,<br />

que é a nossa arma. Um distribuidor<br />

de tintas tem um grande armazém em<br />

Lisboa, no dia seguinte está cá…. Mas,<br />

se se esqueceu de pedir o corante,<br />

amanhã quer fazer a tinta e não consegue.<br />

Temos de ter parceiros capazes.<br />

Temos de ter espaço, argumentação e<br />

garantias para esse tipo de serviço.<br />

Não posso pedir um corante ou dois,<br />

só quando o cliente precisa dele. É<br />

AS NOVAS INSTALAÇÕES, DIVIDAS EM ESPaço DE EXPOSIÇÃO, ARMAZÉM,<br />

escritórios E UMA ÁREA ESPECÍFICA PARA FORMAÇÃO, PERMITEM agora<br />

À EMPRESA DE VIANA DO CASTELO PROPORCIONAR UM MELHOR SERVIÇO<br />

aos SEUS CLIENTES<br />

e os espanhóis entram com facilidade!<br />

Eles não, são muito nacionalistas<br />

e fecham-se. Tentei fazer negócio em<br />

Espanha, tínhamos produtos mais baratos<br />

que os deles cerca de 20%, mas<br />

não consegui, porque para eles os seus<br />

produtos eram sempre melhores”. Para<br />

vender tão bem, a Meadela Peças conta<br />

com vendedores técnicos que estão<br />

divididos pela área de choque e pela<br />

área de repintura. Na repintura são<br />

três, e nos acessórios mais dois, aos<br />

quais se somam outros três na área<br />

<strong>das</strong> tintas decorativas, “temos, no total,<br />

oito vendedores na rua”, explica. É<br />

com carinho que Graciano Costa fala<br />

dos seus colaboradores, “somos 24 na<br />

equipa, mas já fomos muitos mais. Eu<br />

criei a minha equipa e até já tenho colaboradores<br />

que entraram na idade da<br />

reforma, com mais de 25 anos de casa.<br />

Há aqui um bom ambiente de trabalho,<br />

e são os próprios funcionários que<br />

se disciplinam uns aos outros.”<br />

Novas instalações<br />

alavancam negócio<br />

Uma <strong>das</strong> mais recentes conquistas<br />

da Meadela Peças foi precisamente a<br />

mudança para umas instalações novas<br />

e mais modernas. “Já tínhamos<br />

tentado mudar de instalações, mas<br />

nunca tinha sido possível. Foi difícil<br />

conseguir licenciar e ter autorizações<br />

para construir aqui, mas conseguimos<br />

e resultante de um investimento<br />

de 2 milhões de euros, demos um<br />

importante passo rumo ao futuro.<br />

Umas amplas instalações, divi<strong>das</strong><br />

em espaço de exposição, armazém,<br />

escritórios e uma área específica para<br />

formação, permitem-nos prestar um<br />

melhor serviço aos clientes”, constata.<br />

“O negócio hoje é dinâmico, não<br />

podemos dizer que não vai crescer,<br />

mas temos de estar sempre a ajustar<br />

circunstâncias, contudo vamos manter<br />

a base do negócio nas tintas e nos<br />

equipamentos. Esta nova geração vai<br />

começar a introduzir coisas novas: os<br />

elétricos vão trazer novas evidências e<br />

vão alterar o negócio <strong>das</strong> peças, mas<br />

estou convencido de que a repintura<br />

se vai manter na mesma”, defende. Já<br />

na mecânica, pode não ser bem assim,<br />

diz: “Ainda está tudo num plano de<br />

aprendizagem e crescimento. Ainda<br />

há muito para saber e penso que o setor<br />

automóvel vai exigir mais profissionalismo”,<br />

refere.<br />

O futuro do negócio<br />

Questionado sobre como analisa<br />

a evolução deste negócio, Graciano<br />

Costa responde que “é difícil. Há<br />

concentração do negócio de peças, os<br />

grandes distribuidores estão a entrar.<br />

É evidente que, tanto na distribuição<br />

como na reparação, estão-se a criar<br />

muitos grupos. Os concessionários<br />

são poucos, mas têm as marcas quase<br />

to<strong>das</strong> e estas têm procurado acabar<br />

com os pequenos concessionários<br />

e agrupar-se em grandes grupos.<br />

Criam-se grupos, todos querem controlar<br />

o mercado… vai havendo ainda<br />

espaço para todos, mas no futuro vai<br />

ser difícil… e também será difícil para<br />

os grupos alimentarem a máquina<br />

que criaram. São estruturas muito<br />

grandes. Já temos visto grupos grandes<br />

que começaram a enfraquecer,<br />

porque é um mercado muito complexo”,<br />

entende.<br />

Além disso, a entrada dos distribuidores<br />

espanhóis é, para si, inevitável:<br />

“Os espanhóis estão encostados a nós,<br />

tudo «just-in-time»!”<br />

Na opinião de Graciano Costa, a Meadela<br />

Peças tem de “fazer o papel do<br />

armazenista local. Antigamente havia<br />

o fabricante, o importador, o retalhista…<br />

nós temos de ser o armazém local<br />

do produto. Temos de ter um stock<br />

grande, temos de fazer boa gestão de<br />

stock. Para sermos competitivos com<br />

os grandes grupos, é necessário trabalhar<br />

com os fabricantes diretamente,<br />

fazendo o mesmo papel que faz o<br />

grande distribuidor, o grossista”, diz.<br />

“Hoje no negócio temos de estar na<br />

primeira linha. E ter stock! O cliente<br />

não liga para cá a perguntar se eu tenho<br />

o produto que necessita. Ele diz<br />

«mande-me isto, isto e aquilo». Faz a<br />

encomenda e pronto. Cabe-nos a nós<br />

garantir esse tipo de serviço”, considera.<br />

Em relação ao ano de 2023, a Meadela<br />

está a atingir objetivos de faturação.<br />

“Estamos a crescer relativamente<br />

ao ano passado. Tivemos a pandemia,<br />

depois tivemos a fase de saída da pandemia,<br />

mas o mercado está estável,<br />

com alguns altos e baixos, mas está<br />

bom”, comenta, satisfeito. l<br />

www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Novembro I 2023 39

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