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Jornal das Oficinas 213

Na edição de novembro do Jornal das Oficinas, o artigo de destaque é sobre a digitalização nas oficinas. A era da digitalização revolucionou a forma como funcionam praticamente todos os negócios. Isto inclui, obviamente, as oficinas de reparação, onde já não basta ser arrumado e manter toda a documentação organizada ou ser eficaz nas reparações

Na edição de novembro do Jornal das Oficinas, o artigo de destaque é sobre a digitalização nas oficinas. A era da digitalização revolucionou a forma como funcionam praticamente todos os negócios. Isto inclui, obviamente, as oficinas de reparação, onde já não basta ser arrumado e manter toda a documentação organizada ou ser eficaz nas reparações

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VENDA DAS PEÇAS ONLINE B2C<br />

Quanto à questão da venda <strong>das</strong> peças online B2C, Menahem refere “não há nenhum país<br />

onde o volume deste canal ultrapasse 15% do mercado, mas a verdade é que os preços<br />

têm tendência a ser muito baratos por conta de start-ups que nasceram. No entanto, o<br />

profissional precisa de muito serviço, de entregas e isso encarece a peça. Quando as peças<br />

são especialmente caras, o cliente final tenta arranjar solução, porque 4 euros num filtro até<br />

pode não ser muito, mas 200 euros numa embraiagem é muito! As pessoas vão comparar e<br />

tentam mandar vir… ora a oficina pode aceitar não ganhar na peça, mas vai cobrar mais na<br />

reparação”, considera, mostrando-se “pouco assustado com o B2C, acho que é em parte para as<br />

pessoas que fazem «bricolage» de domingo”.<br />

possibilidade de se aventurar além-<br />

-fronteiras, com negócios na vizinha<br />

Espanha, o administrador é perentório:<br />

“Não! Só iremos para Espanha<br />

numa consolidação, se houver movimentos…”.<br />

Neste momento, admite,<br />

“ainda temos espaço para crescer e,<br />

no nosso mercado, é mais importante<br />

ser muito forte num país do que<br />

estar muito disperso”.<br />

Seria inevitável, com a dimensão que<br />

a Sofrapa atingiu no setor, que não tivesse<br />

já sido uma empresa assediada<br />

com propostas de compra externas.<br />

Dan Menahem confirma, mas tem, até<br />

então, conseguido mantê-la nas suas<br />

mãos. Contudo, não põe de parte a<br />

hipótese de abrir mão da mesma “no<br />

momento certo. As empresas têm ciclos<br />

e há momentos para tudo. Há dois<br />

momentos para vender as empresas,<br />

quando estão muito mal e precisam de<br />

alguém para ajudar, ou quando estão<br />

no topo. Entre os dois, olhe, é o que<br />

houver!”, diz, sublinhando que para<br />

já ainda está “numa fase de expansão,<br />

mas estamos abertos a tudo”.<br />

Apostas para o futuro<br />

O futuro, para Dan Menahem é muito<br />

claro: “abrir mais pontos. Diversificar<br />

a oferta e tentar aos poucos ter<br />

INTERNACIONALIZAÇÃO<br />

GENERALIZADA<br />

Sobre a tão falada iberização do mercado da<br />

distribuição de peças auto, Dan Menahem<br />

acredita mais numa internacionalização<br />

generalizada do que propriamente na entrada<br />

de empresas espanholas em Portugal. O<br />

fenómeno só ainda não aconteceu em pleno,<br />

entende o proprietário da Sofrapa, “porque<br />

o nosso mercado é muito atomizado, há<br />

demasia<strong>das</strong> casas de peças e é muito difícil<br />

para quem se quer consolidar, mesmo para<br />

quem tem muito dinheiro, é uma dificuldade<br />

juntar as empresas”. Aliás, na sua opinião,<br />

nem será assim tão mau a entrada <strong>das</strong><br />

grandes empresas no mercado nacional:<br />

“Essas empresas vêm para ganhar dinheiro.<br />

Então, vão manter rentabilidade, o que para<br />

nós é bom, porque em vez de termos um<br />

concorrente que não ganha nada e com o<br />

qual não podemos fazer as contas da mesma<br />

forma, em princípio a nossa margem deve<br />

ter tendência a melhorar e a rentabilidade<br />

também”, argumenta.<br />

DAN MENAHEM CONSIDERA QUE O CLIENTE QUER ESCOLHA, PORQUE O<br />

PARQUE ENVELHECE E A NECESSIDADE DO CLIENTE FINAL É DIFERENTE<br />

CONSOANTE A IDADE DO CARRO E DA SUA CARTEIRA. POR ISSO OFERECE<br />

VÁRIAS MARCAS COM VÁRIOS POSICIONAMENTOS DE PREÇO<br />

famílias de produtos que não vão ser<br />

atingidos por alterações do parque<br />

de veículos, como quando ficar tudo<br />

elétrico, para compensar a evolução<br />

do mercado”, revela, mostrando-se<br />

atento às movimentações do setor. O<br />

administrador da Sofrapa destaca o<br />

facto de o parque automóvel estar a<br />

envelhecer, “o que para nós é positivo,<br />

porque é um consumidor que fica<br />

ali. O que ainda não medimos muito<br />

bem, que pode também ajudar, é<br />

a retração do cliente à eletrificação.<br />

Cada vez mais vai haver pessoas que<br />

vão guardar o carro, para não trocar<br />

pelo elétrico… há muitas reticências<br />

e isto pode fazer com que o parque<br />

continue a envelhecer”, refere. Instado<br />

a deixar uma mensagem aos<br />

clientes e fornecedores da Sofrapa, o<br />

administrador começa por fazer “um<br />

agradecimento pela confiança”. Além<br />

disso, agradece também “o bom relacionamento<br />

que temos com todos,<br />

tanto fornecedores, como clientes.<br />

Acho que estamos em sintonia com<br />

a evolução do mercado e vamos ser<br />

um parceiro para muito tempo”. O<br />

objetivo do responsável para a sua<br />

empresa é que o “ultrapasse a nível<br />

temporal. A Sofrapa não nasceu comigo,<br />

evoluiu comigo e espero que<br />

continue a evoluir, para ser um ator<br />

importante no mercado nacional. Se<br />

for um mercado ibérico, logo vemos”,<br />

finaliza. l<br />

www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Novembro I 2023 35

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