Vamos Garotas! - Senac
Vamos Garotas! - Senac
Vamos Garotas! - Senac
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Nessa seção a maquiagem e alguns recursos de beleza como<br />
um poderoso sutiã ou uma cinta, estavam na lista das<br />
“<strong>Garotas</strong>” para camuflar suas imperfeições. Essa será uma<br />
prática comum às mulheres do período. Aqui esses artifícios<br />
serão comparados à artilharia de guerra, evidenciando a<br />
batalha que era se manter bela.<br />
Fig.45 Coluna “As <strong>Garotas</strong> do Alceu”: “<strong>Garotas</strong> e<br />
camuflagem". 21 de novembro de 1942. Texto Alceu Penna.<br />
ups.<br />
beleza da virgem inocente e rebelde dos<br />
cinemas: “A virgem inocente ou<br />
rebelde, com imensos olhos crédulos, de<br />
lábios entreabertos ou suavemente<br />
sarcásticos (Mary Pickford e Lilian Gish<br />
nos EUA, Suzanne Gandais na França<br />
226<br />
(...)” . “As <strong>Garotas</strong>” irão estampar<br />
do ideal de beleza encarnado pelas pin-<br />
demonstrar uma desenvoltura outrora<br />
desconhecida; sob o signo das marcas ‘Made in<br />
Hollywood’, a feminilidade das femmes fatales da década anterior parecia ter se tornado do<br />
dia para noite, um artifício da velha e cansada Europa.” 227<br />
uma beleza cada vez mais jovial. Os<br />
olhos tornam-se maiores e o sorriso se<br />
alarga, aproximando-se cada vez mais<br />
A figura perniciosa da vamp muito feminina, mas demasiadamente liberal, cedia<br />
lugar a um novo modelo, a jovem esbelta e de maçãs-do-rosto coradas: “Principalmente<br />
nos últimos anos da década de 50, quando os gestos dedicados a embelezar começavam a<br />
A indústria de beleza já estava em sintonia com a mudança que se operava. O sex<br />
appeal dos brotos era a nova inspiração. A maquiagem deveria ser mais leve, nada de cores<br />
escuras e truques excessivamente artificiais: “Usava-se laquê em salões de cabeleireiro, a<br />
depilação era comumente feita com gilete e depilar as sobrancelhas nem sempre era visto<br />
como coisa de mulher de boa família. A sombra para as pálpebras, quando podia ser usada,<br />
era considerada adequada para festas noturnas. Esmalte de cor forte costumava<br />
despertar<br />
226 MORIN. Edgar. Estrelas: mito e sedução no cinema. Rio de Janeiro, 1989, p.08<br />
227 SANT´ANNA. Denise Bernuzzi. Do glamour ao sex-appeal: notas sobre o embelezamento feminino entre<br />
1940 e 1960. In: História &Perspectivas. Uberlândia (23): 115-128 julh/dez.2000, p. 116<br />
109