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Vamos Garotas! - Senac

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3.2 A ousadia discreta das “<strong>Garotas</strong>”: objetos de desejo<br />

A coluna atraiu nos anos de sua veiculação<br />

admiravam como modelos de beleza e comportamento e os homens as<br />

admiravam por seus<br />

dotes físicos e charme invejáveis. As moças do período queriam<br />

ser uma “Garota” e os<br />

rapazes desejavam se casar com uma delas.<br />

Heloisa Buarque de Hollanda relembra a admiração<br />

que sentia pela coluna: “É<br />

inevitável, para mim, voltar no tempo quando<br />

um público diverso. As mulheres as<br />

penso em Alceu Penna. Lembro-me<br />

imediatamente de minha ansiedade, ainda adolescente,<br />

esperando o Cruzeiro aparecer nas<br />

bancas e eu, correndo as páginas da revista, para encontrar<br />

as “<strong>Garotas</strong>” da semana. Não só<br />

para mim, mas para minha geração de meninas que iam ao cinema Rian à tarde e depois<br />

iam em grupo tomar sunday de Morango com waffles<br />

nas Americanas, Alceu Penna era um<br />

modelo de comportamento. Sentíamos suas páginas<br />

como modernas, atuais, descoladas.<br />

Era m frases, gestos, formas de olhar e seduzir, as roupas, chapéus, maiôs, fantasias. Ah!<br />

As fantasias de carnaval, fielmente copiadas pelas costureiras<br />

do bairro...”<br />

Se para as moças da época, “As <strong>Garotas</strong>” tornaram-se<br />

modelos, para os rapazes elas<br />

eram objetos de desejo. Alberto Villas relembra<br />

o lugar<br />

ocupado pelas ilustrações em seu<br />

imaginário: “Um dia sonhei que estava me casando com uma garota do Alceu. Ela vestia<br />

um vestido branco com uma cauda enorme e segurava um buquê de flores cor-de-rosa e<br />

verde. De repente, acordei.”<br />

242<br />

As ilustrações eram cercadas de uma magia inalcançável, uma estética perfeita,<br />

quase que boas<br />

demais para serem verdade. E de fato eram mesmo. Sua imagem tornou-se<br />

um fetiche: “A incorporação do fetichismo é evidente em nossa sociedade, e pode ser vista<br />

241<br />

HOLLANDA, Heloisa Buarque. Texto manuscrito. Rio de Janeiro, 2006.(mimeo).<br />

242<br />

VILLAS. Alberto. O mundo acabou. São Paulo: Globo, 2006, p.261<br />

241<br />

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