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Vamos Garotas! - Senac

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As reportagens eram quase sempre sensacionalistas e vinham em séries:<br />

“Se o modelo da fotorreportagem introduziu uma nova noção de<br />

tempo por meio de um modo específico de edição de imagens, as<br />

seqüências de fotorreportagens sobre um mesmo tema expandem ainda<br />

mais essa temporalidade, incorporando um atributo característico de<br />

certos tipos de ficção que é a construção em capítulos. Como estratégia<br />

comercial estimulava o consumo da revista e induzia o público a<br />

171<br />

colecioná-la.”<br />

O texto de Nasser era estrondoso e apocalíptico. O que não<br />

sabia, ele inventava,<br />

dando um ar de legitimidade à notícia. As fotos de Manzon auxiliavam o texto de Nasser,<br />

fazendo-o crescer: “Enquadramento perfeito, ângulos novos, closes<br />

de arrepiar, caras e<br />

bocas que pareciam em movimento, um estilo completamente novo se comparado<br />

ao das<br />

fotos da imprensa brasileira incluindo O Cruzeiro.” 172<br />

Já no início da década de 1960, a revista começa a ter prejuízos<br />

consideráveis. “Só<br />

a revista O Cruzeiro acumulava a cada ano um prejuízo de 340 milhões<br />

de cruzeiros (200<br />

mil dólares da época, cerca de 820 mil dólares de 1994).” 173<br />

Muitas estrelas da casa foram saindo, como Manzo n, que se fixou na concorrente<br />

Manchete. A falta de recursos culminou com a descredibilidade<br />

de matérias pagas e<br />

anúncios excessivos: “Um dos problemas que levam ao seu fim é a decisão de exceder o<br />

percentual de anúncios, chegando a 70% do total das páginas. Ao mesmo tempo as<br />

matérias pagas se tornaram quase uma regra (...).”<br />

A publicação encerra as atividades em 1975. Em uma nova tentativa de reerguer a<br />

histórica revista, ela é transferida para Hélio de Bianco. A revista sobrevive até 1980 e,<br />

com ela, encerra-se um importante capítulo na história da imprensa e do Brasil.<br />

171 COSTA, Helouise. Diacuí: a fotorreportagem como projeto etnocida. São Paulo, p.2. Disponível em:<br />

http://www.studium.iar.unicamp.br/17/diacui/diacui.pdf. Acessado em 17 de outubro de 2006.<br />

172 CARVALHO, Luiz Maklouf. Op cit, p. 64.<br />

173 MORAIS, Fernando. Op cit. P. 676.<br />

174 JUNIOR, Gonçalo. Op cit, p. 136.<br />

174<br />

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