Vamos Garotas! - Senac
Vamos Garotas! - Senac
Vamos Garotas! - Senac
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
A beleza das “<strong>Garotas</strong>” acompanhou as mudanças nos<br />
padrões de beleza do cinema Hollywoodiano, migrando,<br />
mesmo que aos poucos, da fatalidade para a ousadia jovial.<br />
Fig. 46 a. Coluna “As <strong>Garotas</strong> do Alceu”: “<strong>Garotas</strong> a<br />
bordo”. 30 de novembro de 1938. Texto Alceu Penna<br />
Fig. 46 b. Coluna “As <strong>Garotas</strong> do Alceu”: “Que te quero<br />
Garota”. 26 de outubro de 1957. Texto A. Ladino.<br />
A expressão “só é feia quem<br />
quer” se aplica a esse contexto. O<br />
descuidado com<br />
o corpo e as roupas<br />
eram sinais de fracasso feminino, sob o<br />
ponto de vista de uma sociedade<br />
patriarcal, em que a ascensão máxima<br />
da mulher era um bom casamento. A<br />
jovem solteira deveria cuidar da sua<br />
aparência, a fim de atrair candidatos.<br />
“As <strong>Garotas</strong> do Alceu” eram<br />
ilustradas de forma impecável. Olhando<br />
sob o ponto de vista atual é coerente que<br />
pensemos nelas como figuras<br />
demasiadamente artificiais. Estavam<br />
sempre maquiadas, cabelos penteados e<br />
unhas feitas. Eram ilustradas se<br />
portando<br />
de forma polida e elegante. Entretanto, ao observar mais atentamente é<br />
constatado que, para a época, em que o corpo feminino era objeto de extrema vigilância e<br />
controle as ilustrações exibiam pelo corpo e a moda, mais liberdade do que era costumeiro<br />
no dia a dia da maiorias das moças do<br />
período. De certa maneira, as ilustrações já<br />
anunciavam uma etapa nova que caracterizaria a transição dos anos 1950 para 1960:<br />
“Beleza mais livre (...) secretamente trabalhada pela dinâmica da igualdade.” 231<br />
Na corrida pela beleza, a indústria de cosméticos e higiene se aperfeiçoavam.<br />
Novos produtos começam a aparecer no mercado, substituindo ultrapassadas formas de se<br />
231 VIGARELLO. Georges.Op cit, p. 171<br />
111